Mercado de sêmen das raças zebuínas lidera vendas em 2023
O ano de 2023 foi marcado por grandes desafios para o setor produtivo de carne e leite. Mesmo com dificuldades, o pecuarista não deixou de produzir e de investir em genética zebuína. Conforme o Index 2023, da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), divulgado na última semana, em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, as raças zebuínas têm muito a comemorar.
Na pecuária de corte, foram comercializadas 17.062.431 doses de sêmen de raças de corte no ano de 2023. Deste total, 10.678.653 foram de raças de corte zebuínas, representando 62,5% do volume total de doses comercializadas. O número é 2,5% menor que o registrado em 2022 para as raças zebuínas, enquanto as demais raças de corte tiveram redução de 11%, confirmando a preferência dos produtores pela genética Zebu. Na pecuária leiteira, a venda de sêmen atingiu 5.433.736 doses comercializadas em 2023, contra 5.104.924 em 2022, um crescimento de 6%, mesmo em um ano com tantos desafios para o setor.
Para o Gerente de Fomento do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ) da ABCZ, Ricardo Abreu, o Index demonstra a conscientização do pecuarista com relação ao uso da genética e da inseminação artificial. “Observamos nos últimos anos, dentro da genética Zebu PO, que o criador conhece cada vez mais seu rebanho e suas fêmeas, muito por conta das ferramentas disponibilizadas a ele, como o próprio PMGZ. E quanto mais o produtor conhece seu rebanho, principalmente suas matrizes, ele irá utilizar um touro melhorador, especialmente, através da inseminação artificial. Acreditamos em uma virada de chave no mercado pecuário em 2024 e, por isso, os criadores têm que investir agora para colher os frutos em 2026”, enfatiza Ricardo Abreu.
Em geral, o mercado de genética bovina sofreu um pequeno recuo no ano que passou, em comparação com 2022. O volume de doses de sêmen vendidas no mercado interno diminuiu 3%. Foram 23.141.134 doses comercializadas em 2022, contra 22.496.167 doses em 2023. As vendas para o mercado externo também tiveram leve redução, de 1%, com 882.085 doses exportadas em 2022, e 873.674 doses em 2023.