Mercado da Carne bovina foi tema da Expogenética
Por Melissa Paroneto
Os desafios do mercado da carne bovina estiveram entre os assuntos técnicos apresentados no segundo dia da 14ª Expogenética. O quadro roda de conversa recebeu o diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sérgio de Zen que destacou a recuperação gradual do mercado frente a pandemia e a crescente valorização da carne bovina brasileira no cenário mundial.
Sérgio de Zen fez um retrospecto do primeiro ano da pandemia, quando muitos países injetaram dinheiro nas suas economias, aumentando o poder de compra das populações e, consequentemente, o consumo de alimentos. Em contrapartida, a produção não pode acompanhar o mesmo ritmo. “Percebemos que com o avanço da vacinação a pandemia vai passando, no entanto, o consumo não regride, com isso nós temos uma pressão de consumo global, sobre soja, sobre milho, para transformar em proteína animal que é o produto desejado”, explica.
O especialista ressaltou que um estudo australiano revelou que o mercado deverá ter um acréscimo de 250 milhões de novos consumidores nos próximos 5 anos, com preço médio de 5 dólares. O novo ciclo dele estabelecer um crescimento no valor das comodities, que tem como carro chefe a carne bovina. “Nós estamos passando por um movimento do crescimento da pressão sobre os fatores de produção que são escassos. Então, o Brasil, que tem uma área aberta de agricultura e de pastagem, tem ampla capacidade de aumentar sus produtividade, melhorando todos os sistemas de produção”.
Para o diretor da Conab, o aumento da produtividade está na capacidade de gestão da propriedade. “A produção de pecuária exige que vários fatores de produção crescem juntos. Você tem que aumentar a produtividade da pastagem, no mesmo ritmo que você melhora a genética dos seus animais, no mesmo ritmo que melhora a condição nutricional e de suplementação e, inclusive, o protocolo sanitário dos seus animais, no mínimo esses quatro vetores precisam estar organizados”.
Zen reforçou a importância do investimento em melhoramento genético para conseguir essa produtividade exigida pelo mercado atual. O especialista afirmou que há 10 anos atrás, o Brasil tinha menos de 1% de inseminação na pecuária e hoje esse número está entre 23% e 27% das vacas de corte que estão sendo inseminadas, o que reforça a relevância da seleção dos rebanhos para o aumento da produtividade. “Hoje nós temos sistemas de produção e melhoramento genético, essa combinação melhora o agregado geral da carne bovina brasileira, que é um fator muito importante para conquistarmos cada vez mais novos mercados”, concluiu.