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15 DE AGOSTO DE 2021. POR JULIA PEREIRA CAMPOS

Mercado da Carne bovina foi tema da Expogenética

Mercado da Carne bovina foi tema da Expogenética

Por Melissa Paroneto

Os desafios do mercado da carne bovina estiveram entre os assuntos técnicos apresentados no segundo dia da 14ª Expogenética. O quadro roda de conversa recebeu o diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sérgio de Zen que destacou a recuperação gradual do mercado frente a pandemia e a crescente valorização da carne bovina brasileira no cenário mundial.

Sérgio de Zen fez um retrospecto do primeiro ano da pandemia, quando muitos países injetaram dinheiro nas suas economias, aumentando o poder de compra das populações e, consequentemente, o consumo de alimentos. Em contrapartida, a produção não pode acompanhar o mesmo ritmo. “Percebemos que com o avanço da vacinação a pandemia vai passando, no entanto, o consumo não regride, com isso nós temos uma pressão de consumo global, sobre soja, sobre milho, para transformar em proteína animal que é o produto desejado”, explica.

 O especialista ressaltou que um estudo australiano revelou que o mercado deverá ter um acréscimo de 250 milhões de novos consumidores nos próximos 5 anos, com preço médio de 5 dólares. O novo ciclo dele estabelecer um crescimento no valor das comodities, que tem como carro chefe a carne bovina. “Nós estamos passando por um movimento do crescimento da pressão sobre os fatores de produção que são escassos. Então, o Brasil, que tem uma área aberta de agricultura e de pastagem, tem ampla capacidade de aumentar sus produtividade, melhorando todos os sistemas de produção”.

Para o diretor da Conab, o aumento da produtividade está na capacidade de gestão da propriedade. “A produção de pecuária exige que vários fatores de produção crescem juntos. Você tem que aumentar a produtividade da pastagem, no mesmo ritmo que você melhora a genética dos seus animais, no mesmo ritmo que melhora a condição nutricional e de suplementação e, inclusive, o protocolo sanitário dos seus animais, no mínimo esses quatro vetores precisam estar organizados”.

Zen reforçou a importância do investimento em melhoramento genético para conseguir essa produtividade exigida pelo mercado atual. O especialista afirmou que há 10 anos atrás, o Brasil tinha menos de 1% de inseminação na pecuária e hoje esse número está entre 23% e 27% das vacas de corte que estão sendo inseminadas, o que reforça a relevância da seleção dos rebanhos para o aumento da produtividade. “Hoje nós temos sistemas de produção e melhoramento genético, essa combinação melhora o agregado geral da carne  bovina brasileira, que é um fator muito importante para conquistarmos cada vez mais novos mercados”, concluiu.

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