No dia Internacional da Mulher, entidade comemora crescimento da participação delas no setor.

por Kelle Monik

Elas comandam quase 20% de todos os empreendimentos rurais do Brasil. Em 2006, esse percentual não passava de 12%. Os dados são do último Censo Agropecuário do IBGE e confirmam uma tendência observada pelas fazendas e empresas rurais Brasil afora: a força da mulher no agronegócio está aumentando. Agricultoras, extrativistas, artesãs e, claro, pecuaristas; antes designadas a funções secundárias do processo produtivo, assumem, a cada novo levantamento, o protagonismo da atuação empreendedora.

Estimular o acesso delas a recursos e sistemas produtivos de inovação é parte dos esforços da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Somente em 2020, 42 novas mulheres tornaram-se associadas à elite da produção zebuína no mundo.  

A presidente da comissão “ABCZ Mulher”, Rosália Curado Machado, destaca que o grupo foi criado para fomentar a valorização do gênero no setor, mas, sua função é, de fato, prática. “Muito além de estimular a representatividade e o protagonismo feminino, nós desenvolvemos ações reais para auxílio científico e administrativo”, explica. As atividades a que ela se refere passam pela ampliação do uso da tecnologia da informação nos processos rurais, uma tendência irreversível do setor, que favorece a presença delas no comando das propriedades. “A mecanização e aplicação das novas técnicas de manejo tornaram o trabalho do campo mais estratégico, em vez de ser um trabalho puramente braçal”, completa Rosália.  

Em abril, a ABCZ Mulher inaugura sede própria, que vai ganhar espaço na casa do Zebu, o Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). O prédio vai abrigar os debates e encontros da comissão e, mais ainda, servir como símbolo do avanço da participação feminina na pecuária. "Pensar em igualdade e continuar inovando com inteligência. O eixo condutor da iniciativa é mostrar do que somos capazes e, juntas, trazermos mais mulheres à liderança”, finaliza.