Noite de comemoração aos 50 anos do PMGZ reuniu técnicos e criadores nesta quarta-feira
Por Breno Cordeiro
A noite desta quarta-feira (22) foi especial para a ABCZ. No palanque oficial da entidade, um encontro de técnicos e criadores marcou a comemoração dos 50 anos do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ), como parte da programação da ExpoGenética 2018.
Durante o evento, a marca do PMGZ foi refletida em luzes, colocando o Programa em destaque para todos os visitantes da ExpoGenética. Desde a sua criação, o PMGZ já foi responsável pela avaliação de mais de 13 milhões de animais. São 20 gerações sob análise, contribuindo para o aperfeiçoamento mundial da genética zebuína.
Para o presidente da ABCZ, Arnaldo Manuel Souza Machado Borges, os papéis desempenhados pelo criador e pelo técnico constituem elementos essenciais para a evolução do PMGZ no decorrer da sua história. “Fazer melhoramento é uma obra de arte que requer a presença do criador e a presença do técnico. Então, esse elo do criador com o técnico, que se iniciou em 1938, com o Registro Genealógco pela ABCZ, é que fez das raças zebuínas um elemento importantíssimo para o mundo tropical”, destacou o presidente, lembrando que o PMGZ surgiu trinta anos mais tarde, em 1968, com o CDP - Controle de Desenvolvimento Ponderal.
Lideranças de associações pecuárias nacionais estiveram presentes para comemorar com a ABCZ o aniversário do programa de melhoramento genético, como o presidente da ACBT (Associação Brasileira dos Criadores de Tabapuã), Júlio Laure.
Para ele, o PMGZ é uma das causas do crescimento da raça Tabapuã. “Trata-se de uma raça que apresenta um crescimento anual expressivo, de 8 a 10%. Esse crescimento deve-se à utilização do programa nos rebanhos”, contou.
O presidente da ABCCAN (Associação Brasileira de Criadores de Canchim), Adriano Lopes, também participou do evento, acompanhado de diretores da entidade e destacou as vantagens oferecidas pelos programas como o PMGZ no desenvolvimento das raças zebuínas a nível nacional. “Com o melhoramento e as avaliações genéticas, é possível encurtar ciclos e obter mais rentabilidade, isso fortalece a economia e faz com que o pecuarista se sustente cada vez mais”, enfatiza Lopes.
As cinco décadas que passaram foram marcadas por muita evolução, mas o futuro ainda reserva surpresas importantes para o crescimento do PMGZ e da pecuária zebuína. É o que espera o presidente da ABCSindi (Associação Brasileira dos Criadores de Sindi), Ronaldo Bichuette, fazendo referência ao grande lançamento do ano: o Projeto Genômica. “A expectativa é muito grande. Hoje o PMGZ Genômica está voltado para o Nelore, mas esperamos que chegue logo no Sindi. É uma raça que está há muito tempo no Brasil mas tem pouco tempo de seleção. Agora, como temos a ferramenta do PMGZ, acredito que vamos alavancar muito a pecuária nacional com o potencial do Sindi”, avalia. E vai chegar logo. A meta da ABCZ é genotipar 100 mil animais de diferentes raças zbeuínas até o final de 2019.
A inclusão dos dados genômicos é fruto de parceria com Embrapa. Foi juntar esforços em prol do desenvolvimento do setor e do melhoramento genético. “Num passo de maturidade, a ABCZ e a Embrapa chegaram a produzir uma avaliação unificada, reunindo os seus bancos de dados, quer fenotípicos, quer de pedigree, quer genômicos. Isso é desenvolvimento verdadeiro”, considerou o pesquisador da Embrapa, Luiz Otávio Campos.
Os criadores que apostaram no PMGZ como uma ferramenta para acelerar o melhoramento genético também comemoram o momento histórico para o segmento pecuário nacional. Marcelo Batista, da Agropecuária Maripá, participou do evento e ressaltou a satisfação em fazer parte do programa. “Sinto, hoje, muita consistência com o PMGZ e a forma como a diretoria técnica está direcionando e gerindo o programa. Estou acompanhando esse desenvolvimento com o meu rebanho, fizemos alguns acordos que vão trazer muitos frutos para o meu trabalho em campo”, disse o criador.