ABCZ e Brazilian Cattle comemoram início das exportações de embriões bovinos para Índia
O anúncio feito nesta semana da assinatura de protocolo entre Índia e Brasil para importações/exportações de embriões zebuínos foi comemorado por todo o setor de agronegócio, especialmente pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e seu projeto Brazilian Cattle, que, desde muito, envidam esforços para isso se tornasse uma realidade. O trabalho começou em 2016 e foi realizado em conjunto com o MAPA, com empenho especial do Ministro Blairo Maggi, o Secretário Odilson Luiz Riberio e Silva (Relações Internacionais) e o Departamento de Saúde Animal (DSA), por meio do diretor Guilherme Marques.
“É um grande mercado, que, com certeza, vai impactar nos números já muito positivos registrados com as exportações de materiais genéticos pelo Brasil. Estamos ampliando nossa presença e nossa contribuição para a pecuária mundial”, afirmou o presidente da ABCZ, Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, exemplificando que só entre os anos de 2016 e 2017, as exportações de sêmen pelas empresas associadas ao Brazilian Cattle subiram 40,4%.
“A abertura do protocolo com a Índia nos brinda uma excelente oportunidade de ampliação do mercado de exportação brasileiro, que consolida nossa pecuária como a melhor opção técnico-comercial para apoiar o incremento de produtividade nos países tropicais”, destacou Ana Cláudia Mendes Souza, diretora da ABCZ, responsável pela área internacional da entidade.
A Índia é o país de origem do gado Zebu, mas o melhoramento genético realizado no gado brasileiro atrai olhares indianos há vários anos. O foco é em raças leiteiras, já que no país asiático, maior produtor de leite do mundo, a vaca é considerada um animal sagrado. “Essa abertura de mercado demonstra o reconhecimento da qualidade e sanidade de nossos rebanhos e a possibilidade de contribuir com o desenvolvimento genético de bovinos na Índia, a exemplo da contribuição indiana ao rebanho brasileiro. Caracteriza também os avanços nos esforços para a intensificação do comércio”, comentou o Ministro Blairo Maggi, titular do MAPA.
O diretor do Departamento de Saúde Animal do MAPA, Guilherme Marques, completou que a abertura do mercado indiano para os embriões brasileiros se deve aos avanços sanitários registrados pelo rebanho nacional, principalmente quanto ao reconhecimento do país como livre de febre aftosa com vacinação. O avanço no melhoramento genético dos zebuínos também foi fundamental para o processo. “O Brasil é reconhecido no mercado internacional como país de referência na criação de animais pertencentes às raças zebuínas de alto valor genético. Neste caso, em especial, grande parte dos clientes que almejam importar a genética bovina brasileira se situam em países em desenvolvimento localizados na faixa tropical. Por essa razão almejam adquirir sêmen e embriões de raças zebuínas, que são capazes de conciliar a rusticidade para viver nessas localidades com excelente potencial de produção de leite e carne”, comentou.
Odilson Luiz Ribeiro e Silva também comentou que a aprovação da autoridade sanitária é a primeira e imprescindível etapa para a abertura do mercado. “Mas, além disso, é necessário um trabalho permanente de promoção comercial para que isso se traduza em reais ganhos. A parceria entre o setor público, através do MAPA, MRE e APEX, e do setor privado, por meio da ABCZ e das empresas de genética bovina, envolvendo o Brazilian Cattle, é fundamental neste processo”, avaliou.
Esse trabalho fica evidente nas ações do projeto que é desenvolvido pela ABCZ em parceria com a APEX há 15 anos. Tanto que várias reuniões para tratar sobre essa comercialização foram realizadas na sede da ABCZ, durante visitas de comitivas oficiais da Índia à ExpoZebu. O zootecnista José Otávio Lemos, que contribuiu para as negociações, comemorou os resultados e lembrou do esforço das autoridades e produtores indianos para a viabilização da abertura de mercado. “Muitos indianos, autoridades e produtores rurais, visitaram fazendas de associados da ABCZ. Viram de perto a seriedade do nosso trabalho e também o respeito pela espécie que trouxemos do país deles. Mais que respeito, amor mesmo e que foi até declarado através do desfile de Carnaval neste 2018, no Rio de Janeiro. Um conjunto de ações que elevam o conceito de respeito pela espécie mais companheira da humanidade na linha do tempo. Todo esse conjunto é que permitiu a assinatura do protocolo, que abre 'porteiras' para ambos países, o casal mãe e pai do Zebu”, afirmou.
Vale destacar que, desde 2016, o Brasil têm feito exportações de sêmen bovino para produtores indianos.