ExpoGenética 2017 debate adaptabilidade do zebu
A realidade da seleção das raças zebuínas em diversos climas e biomas brasileiros foi o tema central da primeira mesa redonda da ExpoGenética 2017, feira que acontece de 19 a 27 de agosto, no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG. O professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM)- Campus Uberaba, Sandro Henrique Antunes Ribeiro, abordou as estratégias para se implantar um programa de melhoramento. Entre os pontos importantes nesse processo está a escolha dos touros utilizados nos acasalamentos. “O sistema de seleção deve buscar sempre animais que proporcionem os melhores ganhos econômicos dentro das condições ambientais disponíveis.”, destaca Ribeiro.
O pecuarista Epaminondas de Andrade, proprietário da Fazenda Vale do Boi, mostrou a realidade do Cerrado e como funciona seu sistema de produção de genética Nelore na região. Para garantir a produtividade do rebanho no Cerrado, investe em manejo de pastagem, qualidade da água, nutrição, fertilidade do solo e genética. Grande produtora de touros, a Vale do Boi participa do PMGZ (Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos) desde 1992 e utiliza as ferramentas disponíveis, como, por exemplo, as tendências genéticas, na tomada de decisão relacionada ao sistema de seleção do Nelore. Há também um cuidado com a coleta de dados do rebanho para garantir da fidelidade das informações enviadas PMGZ.
Bem diferente do Cerrado, a pecuária praticada na região do Pantanal alterna momentos de seca e de cheia, provocando uma restrição alimentar ao gado. O sistema de criação extensivo predomina com base em pastagens nativas e cultivadas. Segundo o pesquisador da Embrapa Pantanal Urbano Gomes Pinto de Abreu, algumas propriedades da região já começam a adotar o Sistema de Integração Lavoura Pecuária (ILP), o que deve levar a uma procura maior por genética zebuína de qualidade.
Ao contrário dos grandes períodos de cheia do Pantanal, a região onde está inserida a Fazenda Várzea dos Gatos, em Jeremoaba/BA, convive com pouca chuva ao longo do ano. Por isso, a rusticidade e adaptabilidade da raça Nelore foi fator decisivo para a propriedade na hora de definir a raça que iria selecionar. O gerente do criatório Nelore Trindade, Otacílio José da Conceição Júnior, apresentou a realidade do Semiárido, que exige um reforço na alimentação do gado criado em pastagens adaptadas. O Nelore Trindade trabalha com um rebanho fechado da raça. Participante do PMGZ, o criatório está realizando Provas de Ganho em Peso (PGP) a pasto para identificar touros de melhor desempenho.