Serão enviadas à India, nos próximos meses, 20 mil doses de sêmen de animais Gir Leiteiro. A exportação chama a atenção pela quantidade e o destino, considerado o berço do Zebu no mundo.

“Estamos falando de um caminho inverso. Se no século XIX fomos até lá buscar o Zebu, agora, depois de todo o trabalho de melhoramento que fizemos nas raças, são eles quem vêm a procura de nossa genética. Essa é mais uma prova do trabalho de qualidade que estamos desenvolvendo na pecuária zebuína”, destaca Mário Karpinskas Jr., gerente técnico internacional da ABCZ.

O material genético a ser enviado é de dois touros diferentes: Teatro II da Silvânia e o Soberano da Palma. A exportação será feita pela ABS em duas etapas, sendo que o primeiro lote, com 12 mil doses, chegará ao destino em agosto.

Cerca de 90% dessa primeira remessa já está destinada ao médico veterinário, coronel Kailash Nath Yadav, que esteve em Uberaba no começo do ano para conhecer melhor a criação do Zebu brasileiro. A visita foi viabilizada pelo Projeto Brazillian Cattle, da ABCZ, e Apex-Brasil. “Estivemos diretamente envolvidos na vinda desses importadores. Muito mais que difundir internacionalmente o nosso trabalho com raças zebuínas, o Brazillian Cattle trabalha para levar o melhoramento para o mundo todo", destaca Mário.

Essa será a segunda exportação de material genético para a Índia. A primeira, depois de cinco anos de negociações, foi realizada em 2015. Na ocasião foram enviadas mil doses de sêmen de outros dois touros provados da bateria Leite Tropical da ABS, Diamante de Brasília e Castelo TE Kubera.

"Conseguir essa nova licença para exportação significa muito para nós da ABS e também para o agronegócio brasileiro. A Índia é, sem dúvida, o maior mercado para a genética zebuína", destaca Rodrigo Moraes, coordenador de comércio exterior da ABS.