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21 DE DEZEMBRO DE 2015. POR TEXTO ASSESSORIA

Reportagem da Folha de S. Paulo com o presidente da ABCZ enaltece potencial da pecuária brasileira

Reportagem da Folha de S. Paulo com o presidente da ABCZ enaltece potencial da pecuária brasileira

Autor: Jornalista Mauro Zafalon, Editor da Coluna Vaivém das Commodities, Jornal Folha de S. Paulo

Em alguns anos, o Brasil terá uma mudança do carro-chefe da balança comercial. A soja, que ocupa atualmente o posto número um, poderá ceder lugar para a carne bovina. Essa é a estimativa de Luiz Claudio de Souza Paranhos Ferreira, presidente da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu).

O cálculo de Paranhos é simples. Há uma demanda mundial crescente por carne bovina, e o Brasil será o grande responsável por esse fornecimento. Além disso, as condições de produção estão mudando no país, que cada vez mais ganha produtividade. O Brasil tem o maior rebanho comercial do mundo, cerca de 208 milhões de cabeças, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A produção anual de carne bovina é de 10 milhões de toneladas, com 21% destinados à exportação, de acordo com a Abiec (Associação Brasileira da Indústria de Carnes). Paranhos diz que, com as mudanças que estão sendo incrementadas na produção, o país deverá chegar facilmente a 15 milhões de toneladas de carne bovina. As receitas, previstas em US$ 7,5 bilhões em 2016, deverão atingir US$ 28 bilhões em uma década.

As exportações de soja, que devem atingir US$ 27 bilhões neste ano, estão previstas em US$ 25 bilhões em 2016. Entre as mudanças do setor para obter esse avanço, ele destaca um melhoramento das pastagens e uma consequente maior ocupação de animais por hectare. Grande parte das áreas de pastagens tem atualmente um animal por hectare. Com a melhora das pastagens, facilmente se pode chegar a uma média de 1,5 animal.

Parcerias – O avanço na utilização da genética e do confinamento, além do abate de animais em idade mais jovem, vai ajudar nessa escalada da produção. O pecuarista extrativista tende a acabar e o produtor não pode ficar parado no tempo, segundo Paranhos. O produtor de gado tem de fazer adubação nas pastagens e utilizar novos formasde aproveitar a terra – como a integração lavoura-pecuária-floresta. Tem de alavancar recursos e, se necessário, fazer parcerias.

Ele acredita que em 2020 o país já estará exportando 4 milhões de toneladas de carne bovina, o dobro do volume atual. Claro que, para ter esse avanço das receitas, o país precisará de mais clientes. Novos mercados e principalmente a colocação de um volume maior de carne nos países que pagam mais são o caminho.

Concorrência – A pecuária brasileira tem diferenças em relação à dos principais concorrentes brasileiros. O país conta com algumas vantagens, mas também tem coisas a aprender. Nesse último caso, ele cita o Uruguai, onde há uma integração entre produtor, frigoríficos e governo. “Temos muito a aprender com eles, inclusive na genética e na qualidade da carne.”

Avaliando os outros concorrentes, Paranhos diz que os Estados Unidos precisam do confinamento, devido ao avanço da agricultura. Já a Austrália, além do espaço limitado, convive sempre com períodos de seca. A possibilidade de expansão do rebanho é pequena. A Argentina tem potencial e é competitiva, mas deverá demorar alguns anos para uma reestruturação da indústria e do rebanho. Mesmo assim, Paranhos diz: “Vamos sentir saudades da Cristina Kirchner”. (Folha de S. Paulo, Vaivém das Commodities, 19.12.2015)

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