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30 DE JULHO DE 2014. POR MÁRCIA BENEVENUTO

Sylvio Mendes Amado será sepultado em Campo Grande

Sylvio Mendes Amado será sepultado em Campo Grande
O corpo do criador Sylvio Mendes Amado, sócio da ABCZ e ex-presidente da FAMASUL (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) está sendo velado na sala fúnebre do Campo das Primaveras, onde será sepultado às 16h30. Sylvio Amado era viúvo e tinha 95 anos. Os filhos José Armando, Silvia Rita e Silvana recebem condolências de parentes e amigos. O criador foi um dos primeiros a acreditar no sucesso da atividade pecuária no antigo estado do Mato Grosso. Natural do Triângulo Mineiro e criado na cidade de Sacramento, Sylvio Amado teve muita convivência e relevância para o setor na fase pioneira da zebuinocultura que se firmou nacionalmente a partir de Uberaba. Além de negociar e criar zebu, Sylvio Mendes Amado era autor de livros. Ele publicou "Histórias y Estórias" e "Casos y Causos". Abaixo publicamos um trecho de uma entrevista dele, de 2011, impressa em um periódico regional. O saco de dinheiro Mas, Sylvio foi um dos desbravadores do Mato Grosso, um dos primeiros pecuaristas do estado que progredia, conforme informações contidas no livro de crônicas, ?Histórias e estórias?, escrito por ele mesmo. ?Deus me deu muito tino, eu era um vendedor tremendo e fui para o Mato Grosso, mas sempre vendendo touros?, conta e recorda de uma grande compra de touros na região de Sacramento. ?Havia o Lamartine, um homem danado. Uma vez ele me avisou de uma fazenda em Perdizes, que tinha um lote de mil bois. Logo que chegamos à fazenda, o velho proprietário foi logo perguntando: ?O senhor trouxe o dinheiro??. Eu carregava o dinheiro em sacos. A tourada era muito boa. Na casa, havia uma daquelas mesas antigas, muito grande, e ele disse ?despeja aí?. Pegamos o saco de linho, sujo, com o dinheiro e jogamos tudo na mesa. Juntou gente pra ver. Nunca tinham visto aquele mundo de dinheiro. Aí jantamos e ele lá a contar aquele dinheiro. De repente, ele pegou o dinheiro, pegou o Fordinho dele e sumiu, foi procurar um banco pra contar o dinheiro, porque não deu conta. Era um milhão, mas tudo em nota miúda. Não havia notas grandes naquele tempo. Lá pelas tantas, chegou o velhinho na maior alegria e aí deixou apartar o gado. Marcar só depois que saísse da fazenda?. E várias histórias e estórias se seguiram. O segredo da juventude Hoje aposentado, Sylvio Amado, deixa o serviço a cargo dos filhos. ?Ainda vou à fazenda, mas não mando mais nada, a fazenda é dos filhos, cada um tem a sua. Hoje vivo contando causos, não sou escritor, sou escrevinhador, conto causos. Tenho uma porção de histórias escritas, por isso o livro chama, ?Historias e estórias?, porque tem muita coisa de verdadeiro. As pessoas me contam um causo e eu o transformo em estória ou história?. Mas ao falar da volta a Sacramento lamenta a perda do amigo. ?Foi de tristeza essa vinda aqui, infelizmente não pude rever meu amigo. A vida é assim, dia desses morreu no Mato Grosso meu primeiro amigo lá. Ele me apresentou para muita gente, me ajudou em muita coisa, aquilo me abalou muito e, de repente, a morte do Luiz de Mello, cheguei a passar mal?, conta. Falando do segredo para viver bem aos 92 anos, lúcido, jovial, bem disposto, o 'escrivinhador' encontrou resposta na vida de trabalho que teve. ?Trabalho, não entregar o queijo com a rapadura, se você entregar um dos dois ou os dois já era, esse é o segredo?.

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