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18 DE FEVEREIRO DE 2014. POR MÁRCIA BENEVENUTO

Agropecuária de Minas Gerais em pauta na sede da ABCZ

Agropecuária de Minas Gerais em pauta na sede da ABCZ
A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais está realizando a partir de hoje (18/02) uma série de encontros regionais com o objetivo de debater os novos desafios do setor. Após os encontros, será elaborada uma agenda estratégica, que irá nortear as políticas públicas do setor até 2030. Serão sete encontros pelo Estado. Em Uberaba as lideranças do Triângulo Mineiro vão se encontrar com o secretário Zé Silva no Salão Nobre da ABCZ às 14h. Os outros encontros serão promovidos no dia 19 em Unaí (Noroeste e Alto Paranaíba); dia 21 em Almenara (Vales do Jequitinhonha e Mucuri); dia 24 em Montes Claros (Norte); dia 25 em Governador Valadares (Vale do Rio Doce e Zona da Mata); dia 26 em Divinópolis (Centro-Oeste); e dia 27 em Alfenas (Sul). ?É hora de ver o que avançou depois do diagnóstico feito pelo governo em 2003 e identificar os gargalos que devem ser superados nos próximos 16 anos, com ações para o desenvolvimento sustentável do setor em Minas Gerais?, explica o secretário. Para nortear as discussões foi elaborada uma pauta que reúne os cinco principais desafios para a humanidade nas próximas décadas, e que estão diretamente relacionados com a agropecuária: pobreza, produção de alimentos, meio ambiente, recursos hídricos e energia. Saiba mais sobre este tema: - Quais os principais pontos que serão abordados nos encontros regionais? Zé Silva ? Para nortear as discussões para a construção da agenda estratégica do desenvolvimento sustentável da agricultura mineira, no período 2014-2030, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento elaborou um documento que reúne os cinco principais desafios para a humanidade nas próximas décadas, e que estão diretamente relacionados com a agricultura: pobreza, produção de alimentos, meio ambiente, recursos hídricos e energia. Estas questões estão entre os maiores desafios da humanidade relacionados pelo ganhador do prêmio Nobel de Química, Alan MacDiarmid. Neste documento, procuramos demonstrar a importância da agricultura em fornecer respostas para estes desafios. As questões que serão apresentadas para o debate são: como a agricultura pode contribuir para que a população tenha mais alimento; para a redução da pobreza nos meios rural e urbano; como o setor pode utilizar os recursos naturais de forma mais racional; e contribuir para a produção de energia. Também estamos estudando a inclusão de mais dois eixos na construção da agenda estratégica, depois de ouvirmos as ponderações do Conselho Estadual de Política Agrícola (Cepa), do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável e de lideranças do setor agropecuário: a educação, que é uma ferramenta que muda a vida de uma nação. É fundamental para a agricultura mineira construir interlocuções com este segmento. E o outro eixo é o da segurança. O campo precisa ser um espaço de vivência, com qualidade de vida e segurança. O documento prévio elaborado com todos estes eixos vai balizar as discussões nos encontros regionais. - Como será formatada esta agenda estratégica? Zé Silva ? Estamos ouvindo as lideranças regionais, técnicos, produtores, agricultores familiares, cooperativas, sindicatos e associações, instituições públicas de ensino superior e representantes dos povos das comunidades tradicionais. A proposta é que todos estes setores discutam esses eixos e apresentem estratégias para que a agricultura responda aos desafios apresentados, levando em consideração as peculiaridades, demandas e necessidades de cada região. Estas contribuições regionais serão consolidadas num documento estadual, que será lançado pelo Governo de Minas no final de março. A nossa perspectiva é estarmos alinhados ao Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI), que contempla ações estratégicas de governo, num período de longo prazo, até 2030. Serão realizados sete encontros regionais em todo o Estado. Além da Etapa Triângulo Mineiro, teremos eventos em Unaí (Etapa Noroeste e Alto Paranaíba); Montes Claros (Etapa Norte de Minas); Almenara (Etapa Vales do Jequitinhonha e Mucuri); Governador Valadares (Etapa Rio Doce e Zona da Mata); Divinópolis (Etapa Central e Centro-Oeste) e Alfenas (Etapa Sul de Minas). - Quais as expectativas para o setor agropecuário nas próximas décadas? Zé Silva ? Segundo estudos da FAO, órgão das Nações Unidas para agricultura e alimentação, o Brasil vai contribuir com 40% para o atendimento da demanda mundial de alimentos nas próximas duas décadas. Ou seja, temos uma grande missão em produzir alimentos não só para atender à segurança alimentar e nutricional da população, mas também para ter um excedente para disponibilizar para os outros países. E Minas Gerais assume papel preponderante nesta empreitada. O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio mineiro responde por, aproximadamente, 14% do PIB do agronegócio nacional, totalizando um volume de R$ 149,6 bilhões. - Quais as principais ações desenvolvidas pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento na região de Uberaba? Zé Silva ? O município de Uberaba é considerado o maior polo mundial de genética zebuína. Na área da pecuária, podemos destacar o Pró-Genética (Programa de Melhoria da Qualidade Genética do Rebanho Bovino do Estado de Minas Gerais), desenvolvido em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). O Pró-Genética incentiva e estimula o uso de touros melhorados pelos pecuaristas de leite e corte. Na região de Uberaba, no ano passado, foram realizadas oito feiras e comercializados 146 touros registrados, atendendo diretamente a 112 produtores. O programa, que lançamos junto com a Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), virou referência para outros Estados. Já o programa Certifica Minas Café orienta os cafeicultores para as exigências do mercado, estimulando a agregação de valor à produção, por meio da melhoria contínua dos sistemas produtivos, e para as normas de certificação. No ano passado, foram atendidos em torno de 80 cafeicultores no programa, sendo que, atualmente, são 45 propriedades certificadas na região. O Certifica Minas Café é o primeiro programa de certificação de propriedades cafeeiras criado por um governo estadual. E ainda o Programa Minas Sem Fome, uma iniciativa do Governo de Minas executada pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais ? por meio da Emater-MG ?, com apoio das prefeituras. O objetivo é implementar ações que contribuam para a inclusão da população de baixa renda no processo produtivo, especialmente agricultores familiares. Na regional de Uberaba, em 2013, foram disponibilizadas pelo programa sementes de milho e feijão, kits feira livre e patrulhas de mecanização agrícola, beneficiando cerca de 1.700 famílias de agricultores familiares. É importante destacar também o trabalho de assistência técnica. O atendimento feito pela Emater-MG na região de Uberaba beneficia aproximadamente 10 mil produtores rurais. Podemos citar, também, o programa Minas Leite, o Projeto de Adequação Socioeconômica e Ambiental de Propriedades Rurais, as pesquisas agropecuárias, entre outros. -Como Uberaba se destaca no cenário da agricultura mineira? Zé Silva ? O município de Uberaba lidera o PIB agropecuário de Minas Gerais. Os números são de 2011, mas foram divulgados no final do ano passado pelo IBGE. O valor do PIB agropecuário no município é de R$ 527 milhões. No ranking nacional, Uberaba ocupa a 10ª posição. O município lidera a produção de milho, e registrou 7,4 milhões de toneladas no ano passado, que correspondem a 17,6% da produção estadual. É o segundo na produção de soja, ocupa o quarto lugar na produção de batata, e ainda lidera a produção de cana-de-açúcar. Na produção pecuária, ocupa o 11º lugar no ranking estadual, com rebanho bovino estimado em 207 mil cabeças. A produção de leite é de aproximadamente 74,1 milhões de litros por ano, ocupando o 13º lugar no ranking mineiro. Entrevista concedida ao Jornal de Uberaba

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