A experiência brasileira na seleção das raças zebuínas está ultrapassando fronteiras. Este mês, o técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Alisson Andrade de Oliveira, foi um dos jurados da Exposição Nacional de Zebu, no México. De 1º a 4 de maio, ele julgou as raças indubrasil, nelore, nelore mocho, gir e guzerá na pista do Parque Tabasco, em Villahermosa. Segundo Oliveira, a feira apresentou animais de boa qualidade genética, mostrando o empenho dos criadores locais em melhorar a qualidade do zebu mexicano. O rebanho zebuíno do México tem principalmente como base a genética de dois países: Brasil e Estados Unidos. Na pecuária de corte uma das raças mais utilizadas é a brahman, em decorrência da proximidade com os Estados Unidos. A influência do Brasil tem mais destaque na parte dos rebanhos leiteiros e de dupla aptidão, como gir e indubrasil. Essas duas raças foram fundamentais na formação do sardo negro, um zebuíno com forte presença no México e que é bastante utilizado para produção de leite e de carne. Segundo o jurado da ABCZ, uma ação comum às pecuárias brasileira e mexicana é a política de incentivo à aquisição de touros, com o intuito de melhorar a qualidade genética dos pequenos e médios rebanhos. Metade do valor da compra dos touros é custeada pelo governo mexicano enquanto a outra parte é paga pelos pecuaristas, em várias parcelas. No Brasil, o programa Pró-Genética oferece linhas de financiamento de touros com taxas de juros menores que a de outras linhas de crédito, além de oferecem prazo maior de pagamento. As semelhanças entre a pecuária zebuína dos dois países é abordada no livro ?O zebu ? origem e desenvolvimento no México?, lançado recentemente pela Associação Mexicana de Criadores de Zebu, traz a contribuição da ABCZ e da genética zebuína brasileira para a pecuária mexicana. O presidente da Associação Mexicana Julio César Lozano Garza entregou ao jurado Alisson Oliveira um exemplar da publicação para que fosse entregue ao presidente da ABCZ Eduardo Biagi. Na dedicatória, ele destaca o trabalho da ABCZ em prol do melhoramento genético das raças zebuínas.