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15 DE JUNHO DE 2011. POR LARISSA VIEIRA

Setor pecuário debate na Feicorte novo Código Florestal

O Canal Rural realizou ontem (14/06), na Feicorte 2011, em São Paulo, o Fórum Canal Rural: Pecuária e o Novo Código Florestal. Pecuaristas, lideranças ligadas ao setor e ambientalistas discutiram os impactos da aplicação do novo texto aprovado na Câmara dos Deputados em áreas de criação de gado.

O debate mediado pelo jornalista João Batista Olivi mostrou que se a lei fosse aplicada hoje, 90% dos criadores de gado estaria na ilegalidade. A esperança seria a emenda 164 que classifica estas áreas como consolidadas. Para o superintendente comercial da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), João Gilberto Bento, os produtores precisam fazer a parte deles, mas ele afirma que o governo tem que cuidar das áreas de preservação.
 
- O governo ao não proteger as suas áreas permite que sejam ocupadas e ao fazer isto assumem uma identidade que não possuem que é a identidade de produtor. Aquilo não são ações de produtores, já ficou claro que são ações de grileiros de madeira que futuramente vão virar pecuaristas porque depois que retira a madeira ninguém vai lá e reclama, você acaba derrubando o restinho, ninguém vai lá e reclama, você queima, ninguém reclama e você joga semente de capim. Você põe 300 cabeças de gado e pronto, virou pecuarista - Explica Bento.

Dos 270 milhões de hectares agropecuários do Brasil, 200 milhões são utilizados para pecuária, um número significativo que mostra a importância e ao impacto da aplicação do código nestas áreas.

O diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, Fernando Sampaio, afirma que o Brasil precisa aumentar a produção agrícola e que isso só vai ser possível com o aumento da produtividade.

- Vai ficar cada vez mais difícil esta expansão horizontal, a abertura de novas áreas, a saída vai ser mesmo intensificar a produção, aumentar a produtividade e isto significa investimentos em tecnologia.

Segundo o diretor técnico da Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz, o que falta é mão-de-obra qualificada.

- Nós temos indiscutivelmente muita tecnologia, esta feira é um exemplo, para ganhar muita produtividade. Agora, será que nós temos recursos humanos que sejam capazes de absorver esta tecnologia? - questiona Ferraz.

A criadora de gado Eliane Massari, que tem fazendas no interior de São Paulo e no Maranhão, afirma que há tecnologia e mão-de-obra suficiente. O problema, segundo ela, é o tamanho da reserva legal no Cerrado, correspondente a 35% da propriedade. Ela espera pela decisão do Senado.

- Meu receio é o que pode acontecer no Senado. Espero que todos os senadores tenham consciência que o Brasil é agrícola. Há anos o governo pediu para que nós abríssemos a terra, como é que agora vamos recompor?

O diretor executivo da empresa sustentável Ouro Verde Amazônia, Luis Fernando Laranja, diz que a discussão sobre o Código é mais do que a quantidade de floresta nas propriedades.

- Na verdade diz respeito a coisas mais amplas. cobertura florestal, solo, água, carbono, todos estes elementos são fundamentais para produção agropecuária.

Fonte: Canal Rural

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