Zebu brasileiro é tema de estudo de professora indiana
Pela manhã, ela visitou a sede da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), considerada a maior entidade do gênero no mundo. Agora a tarde, Pratyusha Basu e o marido Jayajit Chakraborty, que também é professor na University of South Florida, visitam a fazenda Sant´anna para conhecer a raça brahman. Com os dados coletados no Brasil e nos Estados Unidos, onde as pesquisas irão se concentrar no Texas, Pratyusha pretende mostrar no livro que as raças zebuínas podem ser uma importante fonte de renda para os indianos, assim como já acontece nas Américas.
"Não dá para comparar o zebu indiano com o brasileiro porque o manejo é feito de forma diferente. No Brasil, existe todo um trabalho de nutrição e seleção que contribui para a evolução das raças zebuínas. Já na Índia os rebanhos puros de zebu diminuíram significativamente, devido ao cruzamento com outras raças para produção de leite, mas algumas localidades ainda preservam as raças puras. Há vilarejos indianos onde os rebanhos leiteiros são formados apenas por zebu. Porém, em outros, raças europeias, como a jersey, foram introduzidas e são a base da produção", explica Pratyusha Basu. Sobre a possibilidade da Índia importar a genética do zebu brasileiro, a professora indiana acredita que pode ser uma alternativa para recuperar as linhagens leiteiras, desde que debatida antes pelos criadores indianos, e que a troca de informações entre os dois países poderá favorecer ainda mais a expansão do zebu.
O casal ficará no Brasil até o dia 12 de agosto. Outro compromisso da professora durante esse período será na Unesp, em Presidente Prudente (SP), onde ministrará palestra sobre outros aspectos do desenvolvimento rural na Índia. Pratyusha é autora do livro "Villages, Women, and the Success of Dairy Cooperatives in India", que retrata a participação das mulheres em cooperativa de Gujarat, na Índia.