Colômbia quer atrair investidores do agronegócio
Acosta se reuniu nesta quinta-feira (20) em São Paulo, com um grupo de empresários brasileiros para apresentar as vantagens e benefícios que o governo colombiano está disposto a conceder para atrair investidores. Ele lembrou que até o final deste ano deverão ser assinados os acordos que já foram acertados com Estados Unidos, México, Chile, Costa Rica e União Europeia. Segundo Acosta, hoje a Colômbia consegue garantir segurança para os investidores, oferecer estabilidade política e também incentivos e isenções fiscais para as empresas interessadas. "Hoje, a política agropecuária é de Estado e será mantida independentemente do presidente que esteja no poder", disse o ministro.
Entre os segmentos de maior interesse estão os de processamento de proteínas animais, especialmente carnes e leite. Segundo Acosta, a Colômbia produz 18 milhões de litros de leite por dia, mas possui uma capacidade de processamento para apenas 9 milhões de litros. A outra metade da produção passa por um manejo informal, como a produção de queijos e iogurtes. "Existe um mercado interno muito grande para o leite, já que a camada mais baixa da população consome apenas 34 litros por ano, enquanto as mais altas superam 70 litros. Existe ainda o mercado externo para o leite em pó, que seria outro potencial", afirma Acosta.
No caso da pecuária de corte, o ministro considera que antes mesmo de atrair frigoríficos, a Colômbia precisa melhorar a qualidade genética do seu rebanho. Com 45 milhões de hectares ocupados com pastagem, existem 26 milhões de cabeças. Segundo Acosta, a ineficiência da pecuária local poderia ser minimizada com o cruzamento genético com o nelore brasileiro. "Temos todo o país considerado livre de febre aftosa com vacinação, livre de gripe aviária, entre outras doenças, o que torna a Colômbia muito avançada no controle sanitário", afirma.
Outro setor que pode atrair investidores brasileiros, principalmente devido a seu know-how, é o de cana-de-açúcar. A Colômbia é o segundo maior produtor de etanol da América Latina, atrás apenas do Brasil e deve fechar o ano com uma oferta diária de 1,4 milhões de litros. Atualmente, o país mistura 10% de etanol na gasolina e 5% de biodiesel no diesel convencional. A meta colombiana é chegar a 2020 com uma mistura de até 85% de etanol e de 20% de biodiesel.
O interesse do governo colombiano em desenvolver a atividade agropecuária e a indústria envolvida com o setor tem um motivo. Além dos acordos que estão sendo fechados e vão demandar uma produção local, o país perdeu muito de sua população rural, que migrou para as cidades, principalmente nas décadas de 80 e 90. Parte dessa migração ocorreu por conta da ação de traficantes e milícias armadas, que afastaram a população rural, que hoje não quer mais retomar as atividades agrícolas. Com isso, a área rural, que ocupa 70% do território colombiano, é ocupada por apenas 10% da população de 42 milhões de pessoas que vivem no País atualmente.
Fonte: A matéria é de Alexandre Inacio, publicada no Estado Online, adaptada e resumida pela Equipe AgriPoint