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20 DE AGOSTO DE 2009. POR LAURA PIMENTA

Lições da Nova Zelândia devem ser seguidas pelo Brasil para alavancar produção leiteira

O modelo de produção de leite da Nova Zelândia foi o tema abordado durante palestra realizada na tarde de hoje (20/08) pelo professor da FAZU e responsável técnico pelo Projeto NZTE/APA (New Zeland Trade & Interprise/Dairy Partners Americas), Adilson de Paula Aguiar, durante a ExpoGenética 2009.
Adilson mostrou através de números, os motivos que levaram a Nova Zelândia a liderar o mercado mundial de lácteos, com 1/3 de participação. Entre os números apresentados por ele, está a taxa de lotação, que na Nova Zelândia é 3,5 vezes maior que no Brasil, a produção por vaca aproximadamente duas vezes maior e o intervalo de partos que é seis meses menor naquele país. Além disso, o nível de produtividade e qualidade da Nova Zelândia atingiu um índice tão elevado que o leite do país apresenta 30% a mais de sólidos do que o leite brasileiro, o que favorece a produção de leite em pó.
O professor da FAZU afirmou que a Nova Zelândia possui uma série de desafios e limitações para produção leiteira, tais como, isolamento geográfico, área territorial restrita, topografia (relevo montanhoso), clima (chuvas em abundância em um extremo e falta de chuvas em outro), elevado preço da terra, e o menor subsídio para produção entre os países do mundo. Mas para driblar estes problemas criou um sistema de produção extremamente eficiente baseado na produção de leite a pasto, com o desenvolvimento de uma metodologia única de manejo de pastagem. "Os neozelandeses são ótimos planejadores e souberam desenvolver um planejamento alimentar em sistema de pastejo excelente", avaliou.
Ele explicou que os produtores fazem a correção e adubação do solo com fósforo e nitrogênio de maneira correta, uma vez que os solos do país apresentam baixa fertilidade natural e como o pasto é de extrema qualidade, o uso de concentrados na alimentação dos bovinos é praticamente inexistente. Em relação ao melhoramento genético, Adilson ressaltou que a maioria os animais passa por inseminação artificial e que aproximadamente 70% deles participam de um programa de melhoramento genético. Além disso, os produtores desenvolveram um indicador econômico usado na seleção de touros, que se baseia no valor que a progênie vai deixar de receita líquida para o produtor (onde entram características positivas como kg de proteína, kg de gordura, % de fertilidade e dias de longevidade).
Além disso, na Nova Zelândia existe uma grande preocupação com o meio ambiente. Nas fazendas neozelandesas todos os efluentes das salas de ordenha são armazenados em tanques e posteriormente utilizados em fertirrigação, para não contaminar os lençóis freáticos. Adilson concluiu a palestra afirmando que o Brasil precisa seguir algumas lições da Nova Zelândia, principalmente no que diz respeito à pastagem, por ser o país mais deficiente em exploração de pastagem tropical e ainda na questão relativa aos recursos humanos para produção de leite.


Pólo de Leite


Logo após a palestra de Adilson, foi a vez do gerente executivo do Pólo de Excelência do Leite de Minas Gerais, Airdem Gonçalves de Assis falar sobre "Qualidade, Segurança e Exportação de Produtos Lácteos". Ele falou sobre a atual fase da produção leiteira do estado de Minas Gerais, que se destaca com 28% do volume de produção nacional, e em seguida apresentou os desafios do setor leiteiro no estado: melhoria nos índices de produtividade e qualidade, agregação de valor e melhoria estruturais para aproveitar seu potencial exportador. A partir daí, Airdem mostrou os projetos estruturadores que começaram a ser feitos pelo Pólo há cerca de dois anos para alavancar a atividade em Minas Gerais.
O Pólo é um programa que faz parte do Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado, desenvolvido pelo Governo Estadual.

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