Brasil e Austrália podem não apresentar características em comum em muitos aspectos, mas no que diz respeito à produção de carne bovina, os dois países caminham quase lado a lado. Quase, porque a Austrália ainda sai na frente quando o assunto diz respeito à completa organização da cadeia produtiva, que envolve desde o setor primário até o consumidor.
Esta estruturação da cadeia é feita por uma empresa que representa 43.500 produtores de carne bovina do país, o MLA (Meat and Livestock Australia). O MLA é financiado com recursos da venda de animais e também com incentivos da indústria e do governo. Durante a ExpoGenética 2009, o gerente de pecuária de corte do MLA, Rodd Dyer, falou sobre o trabalho desenvolvido pela empresa, sobretudo, relacionado à pesquisa, desenvolvimento e marketing da carne.
Enquanto no Brasil, uma pessoa consome 29,2 quilos de carne ao ano, na Austrália o consumo per capita é de 36, 5 quilos. Segundo Dyer, o mercado doméstico é o mais importante para o país, apesar de 65% de a produção ser exportada para países como Japão, Estados Unidos, Coréia, Indonésia e Taiwan. Uma das grandes preocupações dos australianos é com o aumento da demanda por carne vermelha. Para isto, eles investem pesado em marketing, especialmente publicidade em televisão, promovendo os benefícios da carne vermelha dentro da alimentação saudável, além de promover bom preço e qualidade ao consumidor.
Outro ponto que merece atenção na Austrália é a preocupação com pesquisa para solucionar problemas e entraves na pecuária. Uma comissão formada pelos próprios produtores de carne identifica questões prioritárias para o investimento em pesquisa. Nos últimos anos, as ações estiveram voltadas para o manejo sustentável das pastagens e melhoria das taxas de reprodução do rebanho.