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17 DE AGOSTO DE 2009. POR LARISSA VIEIRA

EXPOGENÉTICA: Supermercados apostam na carne bovina certificada para aumentar vendas

Grandes redes de supermercados no Brasil vão começar a comercializar carne bovina rastreada. A medida adotada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), anunciada nesta manhã (17/08) durante a ExpoGenética 2009, deve entrar em funcionamento em no máximo 60 dias. As embalagens do produto conterão informações sobre a origem do produto. Na Europa, a venda de carne certificada é muito comum há algum tempo.

O consumidor que quiser adquirir carne rastreada terá de pagar mais pelo produto. Segundo o representante da Abras José Milton Dallari Soares, o valor será apenas um pouco maior do que o da carne não rastreada. Dallari abriu nesta manhã a série de palestras da ExpoGenética, feira que acontece até sexta-feira, em Uberaba (MG), e discute melhoramento genético e o mercado de carne e lácteos no Brasil e no mundo. Ele falou sobre o Varejo Nacional de Carnes, segmento que espera elevar as vendas internas do alimento mesmo registrando um crescimento mais lento em decorrência da crise. As vendas de carne bovina nos supermercados chegaram a R$7,3 bilhões. Nos açougues dos supermercados, a carne bovina corresponde a 66,80% do valor vendido.

No Brasil, cerca de 70% da carne bovina é comercializada pelas redes de supermercados enquanto os açougues ficam com 10% e as churrascarias e restaurantes com 20% das vendas. O segmento tem uma margem bruta de lucro considerada muito elevada pelo presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Pessoa Salazar. Durante a palestra "Um breve diagnóstico sobre a cadeia produtiva da carne bovina com ênfase no setor industrial", ele disse que essa alta margem de lucro é um dos fatores que determinam o preço da carne no varejo. Dependendo do corte, a margem chega a até 94,83% segundo dados da Scot Consultoria.

O representante dos supermercados rebateu a informação da Abrafrigo alegando que se trata de margem bruta. "Os gastos com o processamento da carne (corte, embalagem, mão-de-obra) fazem essa margem cair para 40%", diz Dallari. Um percentual ainda muito elevado para a Abrafrigo já que a margem do lucro de outros segmentos, como os frigoríficos, gira em torno de 5% a 8%.

Mercado internacional- A primeira fase de palestras da ExpoGenética foi encerrada pela gerente técnica da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Priscila da Silva Souza, que falou sobre o posicionamento do Brasil no mercado internacional de carne. Segundo ela, os grandes desafios a serem vencidos são o protecionismo baseado em regras ambientais, a instabilidade econômica, as barreiras tarifárias e sanitárias e os subsídios dos países desenvolvidos (Estados Unidos, Europa e Japão). De acordo com Priscila, as exportações para o Chile podem aumentar em breve. Uma equipe técnica daquele país virá ao Brasil para definir se eles voltam a comprar carne do Mato Grosso do Sul e do Tocantins. Recentemente, o Chile retomou a compra da carne brasileira depois de fechar as portas para o produto em 2005 em decorrência de casos de febre aftosa. O Brasil está fora de 61% do mercado mundial de carne in natura por causa de problemas, como a aftosa.

A Expogenética debate agora a tarde a cadeia produtiva da carne australiana e a interação produtor/indústria/consumidor. As palestras acontecem no Parque Fernando Costa até o dia 21 de agosto. Haverá ainda leilão e mostra de animais que pertencem a programas de melhoramento genético. Quase mil pessoas devem passar pela feira, que é organizada pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).

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