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07 DE MAIO DE 2009. POR LARISSA VIEIRA

Visitantes da ExpoZebu conhecem produção sustentável no Xingu

A experiência dos agropecuaristas e biólogos da região do Xingu (Mato Grosso) em produzir alimentos sem agredir o meio ambiente encerrou o ciclo de palestras sobre sustentabilidade na ExpoZebu 2009. Uma das novidades apresentadas durante o evento, realizado na manhã de hoje (07/05), é que a partir do segundo semestre será possível acessar de qualquer parte do mundo, via página do Google na internet, informações sobre as fazendas com cadastro de compromisso socioambiental.
Para o diretor da ONG Aliança da Terra, Marcos Reis, a iniciativa é uma forma transparente de mostrar ao mundo o real comprometimento dos pecuaristas com a causa ambiental. "Hoje não é mais preciso derrubar árvore para produzir carne e leite. O avanço no melhoramento genético animal permite que o criador eleve a produtividade do seu rebanho sem precisar aumentar a área de pastagem. Isso só foi possível graças ao trabalho de pesquisadores e entidades como a ABCZ", ressaltou Reis, que ministrou a palestra "Benefícios do Cadastro de Compromisso Socioambiental para o setor produtivo". Em junho, haverá um intercâmbio com a Texas Cristhian University quando 12 produtores brasileiros que fazem parte do cadastro irão aos Estados Unidos conhecer o trabalho da universidade americana na área ambiental. Depois, americanos virão ao Brasil conhecer o trabalho da Aliança da Terra.
Os caminhos e desafios para conciliar as atividades agropecuárias com a conservação ambiental também foram debatidos durante o evento. Segundo o pesquisador do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), Oswaldo de Carvalho, é possível desenvolver caça, pecuária e até exploração de madeira sem agredir o meio ambiente. É o que mostrou estudo feito pelo IPAM na região do Xingu. "A produção de madeira certificada por órgãos como o FSC ajudam na conservação da fauna silvestre, pois a exploração precisa seguir uma série de critérios capazes de permitir a presença dos animais na floresta. É fundamental nesse caso fazer o monitoramento das espécies nessas áreas", disse Carvalho.
Outra alternativa apresentada durante o evento foi a possibilidade de diversificar os lucros da propriedade com o reflorestamento. O biólogo do ISA (Instituto Socioambiental), Eduardo Malta, mostrou o trabalho para recuperação de áreas degradadas no Xingu utilizando a técnica de reflorestamento mecanizado. "O custo do reflorestamento com mudas é mais alto do que com máquinas. Enquanto o valor do sistema mecanizado fica em torno de R$ 1.100,00 a R$1.200,00 por hectare, o sistema de mudas varia entre R$3.800,00 e R$10.000,00", informou Malta. A semeadura mecanizada ainda permite alta densidade, diversidade de plantas e produção. Como no reflorestamento de áreas de Reserva Legal podem ser usados vários tipos de plantas nativas, o criador pode melhorar a renda. "Além de árvores nativas, na área reflorestada plantamos pequi, mandioca, abacaxi", esclarece.
A ExpoZebu acontece até o dia 10 de maio no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG).

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