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18 DE AGOSTO DE 2008. POR RENATA THOMAZINI

ExpoGenética: Quanto vale a avaliação genética?

O zootecnista e especialista da Alta Plus, Adriano Rubio, questionou com essas palavras os participantes do 7º Congresso Brasileiro das Raças Zebuínas, em sua palestra proferida na tarde de hoje (18/8). O evento, que acontece dentro da 1ª ExpoGenética, feira realizada pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e que reúne os mais conceituados programas de melhoramento genético do País, já conta com mais de 700 participantes e ainda recebe inscrições de pessoas que chegam para participar da feira. "Temos um desafio pela frente, que é o de sabermos avaliar como o investimento no melhoramento genético pode refletir de forma concreta na lucratividade do produtor", ressalta Adriano Rubio. O palestrante enfatizou as alterações do mercado relativas à oferta e demanda e destacou a importância da aproximação entre produtor e indústria. "É preciso que o produtor tenha percepção de valor em relação à avaliação genética. Não que um produto que não tenha essa avaliação não tenha seu valor, mas um animal que participa de um prova deveria ser mais valorizado", analisa.

Adriano afirma que as centrais há cinco anos vendiam em sua maioria material genético de animais que não participavam de qualquer prova. Hoje em dia, segundo o zootecnista, a demanda pelos animais avaliados é bem maior. "Por isso a responsabilidade das centrais é fator determinante para que se possa disseminar genética de qualidade. Não basta um bom marketing, é preciso que o pecuarista seja orientado a utilizar produtos que irão realmente demonstrar sua produtividade no pasto", alerta. Adriano ainda lembra da necessidade de se fornecer consultoria aos criadores. Para o palestrante, não basta que os programas de melhoramento apresentem dados e ferramentas para que ele possa ter números que comprovem qual o melhor investimento. É preciso ensiná-lo a utilizar esses números.

Marcadores moleculares

A utilização de marcadores moleculares em rebanhos bovinos é muito recente, segundo o zootecnista Luiz Roberto Furlan, da UNESP, que falou sobre a validação desses mecanismos aos participantes do congresso. Mas, para que esses marcadores sejam confiáveis, é preciso que os resultados referentes a eles sejam publicamente conhecidos. "O produtor precisa ter em mãos dados cientificamente provados referentes aos marcadores, como no caso da característica relacionada à maciez ou ao marmoreio da carne, que são altamente comerciais", destaca Furlan.

O palestrante reforça a opinião de que, antes mesmo de se divulgar qualquer tipo de dado referente aos marcadores, é preciso fazer uma associação entre os alelos (formas alternativas de um determinado gene) dos animais estudados. "É possível encontrar nas raças zebuínas, por exemplo, alelos que podem ser utilizados para melhoria de determinadas características em raças específicas. Isso, como forma de deixar claro que são eles os responsáveis pela predominância da característica desejada", lembra. Nesse aspecto, o superintendente Técnico da ABCZ, Luiz Josahkian, disse, durante a mesa de discussões realizada após as palestras, que a ABCZ está à disposição para parcerias que possam disponibilizar ao criador dados científicos relativos aos marcadores moleculares.

Encerrando o dia de palestras do congresso, aconteceu o lançamento oficial do Sumário Paint Consolidado 2008, no pavilhão da Lagoa da Serra, pelo médico veterinário Marcelo Almeida Oliveira, gerente do Paint.

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