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05 DE MAIO DE 2008. POR LAURA PIMENTA

Simpósio: Crédito de Carbono e Recuperação de APPs são abordados no segundo dia do evento

Os participantes do simpósio "Zebu: Pecuária Sustentável" acompanharam na manhã de hoje (05/05) duas palestras importantes envolvendo o tema sustentabilidade, realizadas durante a ExpoZebu 2008, em Uberaba/MG.

Crédito de carbono - A primeira palestra, apresentada pelo Cientista Sênior do Woods Hole Research Center e Co-Fundador do Intituto de Pesquisa da Amazônia (IPAM), Daniel Nespstad apresentou as possibilidades do mercado de carbono para os pecuaristas e agricultores brasileiros. Nepstad afirmou que ainda hoje não existe distinção entre o pecuarista preocupado com a preservação do meio ambiente e aqueles que não tem preocupação com o tema. "Mas o momento do produtor ser recompensado está chegando. Os produtores brasileiros devem começar a discutir o assunto para que possam entrar nesse mercado de maneira organizada", afirmou.
O cientista apresentou um histórico das emissões de gases para a atmosfera, além de esclarecer os tipos de mercados de carbono existentes, tais como o de seqüestro de carbono (utilizado em áreas degradadas) e o de redução do desmatamento. Em seguida, revelou que já existem projetos que remuneram os pecuaristas pela preservação, citando o caso de produtores, que fazem parte do projeto de Cadastro de Compromisso Sócio-Ambiental.
Daniel Nepstad citou o exemplo dos produtores da região do Xingu/MT. Entre 1997 e 2007, a média de desmatamento na região foi de 10,9 milhões de toneladas de carbono. "Se os criadores dessa região reduzirem em 50% a emissão de carbono poderão ser remunerados com aproximadamente U$ 50 milhões", revelou. Ele finalizou a apresentação afirmando que em breve o pecuarista não pensará apenas da produção de carne e leite, mas também na produção de carbono.


Recuperação de APPs - Logo após a palestra sobre mercado de carbono, foi apresentada pelo coordenador adjunto do Programa Xingu do Instituto Sócio-Ambiental (ISA), Rodrigo Gravina Prates Junqueira, a experiência na recuperação de nascentes e matas ciliares na região do Xingu. Rodrigo fez uma breve apresentação sobre o histórico do Código Florestal Brasileiro e a importância das Áreas de Preservação Permanente. Durante a apresentação, o coordenador do Programa Xingu, falou sobre a campanha de responsabilidade socioambiental compartilhada "Y Ikatu Xingu", onde há a união de índios, organizações não-governamentais, pesquisadores, produtores e governo com o objetivo de recuperar e proteger as nascentes e matas ciliares da Bacia do Rio Xingu. "O projeto vem trabalhando com a implantação de áreas pilotos, com adesão voluntária de produtores. Os métodos de recuperação utilizadas na campanha mostram que é possível recuperar essas áreas sem a necessidade de um grande investimento", informou. Rodrigo Junqueira citou o exemplo comparativo de reflorestamento feito por muda, onde o custo por hectare é de aproximadamente R$ 5.500 e o método agroflorestal onde o custo por hectare é de R$ 2.463.

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