Com o objetivo de levar ao pecuarista informações sobre como produzir em harmonia com o meio ambiente, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) realiza, amanhã (04/05) e segunda-feira (05/05), durante a 74ª ExpoZebu, o Simpósio Zebu: Pecuária Sustentável.

Dia 04/05 (domingo)
A palestra "Produção Sustentável para o Cerrado", ministrada pelo professor Ricardo Rodrigues, da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", da Universidade de São Paulo (ESALQ-USP) abre o Simpósio amanhã (04/05), às 14h30h. Encerrando o primeiro dia, o representante da International Finance Corporation (IFC), Regi Magalhães, fala, às 16h, sobre os "Critérios Ambientais para Empréstimos Agrícolas".

Dia 05/05 (sábado)
O segundo de dia simpósio será aberto às 9h, com a palestra "Crédito Carbono", proferida pelo cientista sênior do Woods Hole Research Center e co-fundador do Instituto de Pesquisa da Amazônia (IPAM), Daniel Nepstad. Segundo o palestrante, o mercado de carne está em processo de transformação. A cobrança pela qualidade social e ambiental é cada vez maior e, em breve, essa demanda vai aumentar ainda mais através de novos mercados para carbono. "O pecuarista brasileiro está muito bem posicionado para liderar a transformação da pecuária, aonde o produto vai além da carne. A indústria brasileira de pecuária precisa agir agora para acrescentar o carbono, a conservação ambiental, e a responsabilidade social como "produtos" remuneráveis. Os mecanismos para aproveitamento desse espaço no mercado já existem", informa o pesquisador.

Ainda pela manhã, às 10h30, o coordenador adjunto do Programa Xingu do Instituto Sócio-Ambiental (ISA), Rodrigo Gravina Prates Junqueira, do Instituto Socioambiental (ISA), fala sobre a "Recuperação de APP's (Áreas de Preservação Permanente) e Nascentes". Durante a palestra, Junqueira apresentará experiências de reflorestamento e enriquecimento florestal na região do Xingu, que têm mostrado vantagens no plantio de sementes de essências nativas na formação de florestas em áreas de preservação permanente e reserva legal das propriedades rurais. O pesquisador lembra que o reflorestamento de matas ciliares é uma necessidade atual das propriedades rurais, das cidades, das populações indígenas e ribeirinhas, do país e do mundo, pois a conservação da água, da biodiversidade e do clima do Planeta dependem disso.

"Licenciamento Ambiental" é o tema da palestra proferida, às 13h30, pelo superintendente Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Supram) do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, órgão ligado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad-MG), Helder Naves Torres. De acordo com o superintendente, serão abordadas as competências da deliberação normativa do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) nº 74 de 2004, que estabelecem critérios para classificação, segundo o porte e potencial poluidor, de empreendimentos e atividades modificadoras do meio ambiente passíveis de autorização ambiental de funcionamento ou de licenciamento ambiental no nível estadual.

Às 14h10, o representante da Aliança da Terra, John Cain Carter, fala sobre as vantagens do Cadastro de Compromisso Sócio-Ambiental. Segundo o palestrante, o diagnóstico sócio-ambiental - principal ferramenta da Woods Hole Research Center - tem como finalidade analisar a propriedade da porteira para dentro de uma forma integrada, sendo possível identificar e, principalmente, quantificar os ativos e os passivos ambientais de cada propriedade. "Através dessa identificação e quantificação, é proposto um Compromisso de Adequação Socioambiental (CAS)", explica Carter. Dessa forma, completa, o CCS garante a formação de um banco de dados confiável que contempla a quantificação e localização de informações. É através da ação bem sucedida do CCS, que começa a aparecer uma série de vantagens aos cadastrados.

A importância da sustentabilidade embutida em um produto para a manutenção e/ou conquista de mercados será um dos aspectos abordados na palestra "Visão do Mercado para Produtos Sustentáveis", ministrada pelo zootecnista, pecuarista e diretor de Meio Ambiente do Grupo Maggi, Ocimar Vilela, às 16h. Durante o evento, os produtores serão informados sobre a ocupação da pecuária não só no cerrado, mas também na Amazônia Legal, e como essa ocupação é vista pelo mercado consumidor interno e externo. De acordo com o pecuarista, o consumidor está cada vez mais consciente de suas responsabilidades sociais e ambientais. "Este é o principal motivo para que o produtor olhe para as questões da sustentabilidade, dando ênfase ao tripé econômico-social-ambiental. Em breve, esse diferencial da sustentabilidade embutido no produto poderá se tornar uma nova possibilidade de conquista de mercado, com certificados ao produto e prêmios ao produtor, por exemplo", afirma o diretor ambiental.

O Simpósio "Zebu: Pecuária Sustentável" será realizado dias 4 e 5 de maio, durante a 74ª ExpoZebu, no Pavilhão Zebu: Pecuária Sustentável, Parque Fernando Costa.