A reabertura do comércio de material genético bovino entre Brasil e Índia pode alavancar a pecuária indiana. A expectativa é do criador indiano Pradip Raol, que está no Brasil desde o dia 7 de abril para visitar criatórios de gado. Ontem (15/04), ele esteve na sede da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), em Uberaba (MG), e foi recebido pelo presidente da entidade José Olavo Borges Mendes.
"O custo de produção é alto na Índia porque enfrentamos nove meses de seca, o que nos obriga a manter o gado confinado. Também sofremos com os baixos preços do leite. Alguns produtores estão abandonando a pecuária por causa da baixa rentabilidade. O governo indiano libera recursos para o setor, porém, essa ajuda não está sendo suficiente para manter o produtor no campo", diz Raol. Na Índia, os zebuínos são criados apenas para produção de leite ou para o trabalho de tração. 
Com as exportações de material genético zebuíno para o Brasil, os pecuaristas daquele país esperam aumentar os ganhos. Depois de 15 anos de negociação, os governos brasileiro e indiano assinaram, em fevereiro deste ano, protocolo sanitário liberando a importação de embriões.  Com isso, será possível trazer para o Brasil novas linhagens das raças zebuínas permitindo acelerar o melhoramento genético do zebu. "Essa medida vai melhorar o gado dos dois países", atesta Raol, que cria as raças guzerá, nelore e gir.
A primeira visita do criador ao Brasil foi em 1963. Segundo ele, o zebu brasileiro é de alta qualidade, principalmente por causa dos investimentos feitos pelos pecuaristas locais. "É um gado bem manejado e bem tratado. A qualidade do pasto é outro fator favorável. Os produtores são mais interessados e estão sempre procurando melhorar geneticamente seus rebanhos", finaliza. Hoje, cerca de 80% do rebanho brasileiro tem sangue de zebu, gado importado em pequena quantidade da Índia no século 19.