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07 DE AGOSTO DE 2007. POR RENATA THOMAZINI

Brasil e México assinam carta de intenções em agropecuária

Com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do presidente do México, Felipe Calderón, os ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Reinhold Stephanes, e do México, Alberto Cárdenas, assinaram hoje, na Cidade do México, carta de intenções que prevê cooperação técnica em temas de interesse comum na área agropecuária e apoio mútuo nos foros internacionais. Entre os principais pontos do acordo, estão a cooperação técnica para produção de bioenergia e a atração de investimentos privados para o setor. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, fez um balanço da missão: "Os encontros foram muito proveitosos, porque abriram portas para entendimentos na área agrícola. Isso significa possibilidades de credenciarmos de mais plantas de vendas de leite, perspectivas de exportações de arroz do Rio Grande do Sul, abertura do mercado de suínos provenientes de Santa Catarina e abertura de mercado para exportação de frango?. Sanidade - Além de promover encontros de negócios entre empresários brasileiros e mexicanos, o objetivo da missão foi aproximar as áreas responsáveis pela sanidade dos dois países. Na última sexta-feira, dia 03, as áreas responsáveis pela sanidade animal do Brasil e do México também acordaram num protocolo de intenções mais específico, que pode ser considerado um dos principais resultados da missão organizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A viagem é considerada a maior missão internacional de toda a história do Mapa. Entre os principais pontos do acordo, estão a possibilidade de cooperação técnica em várias áreas de saúde animal, a produção de biocombustíveis e a habilitação de mais plantas brasileiras de laticínios autorizadas a exportar para o México. O documento, assinado pelo secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Inácio Kroetz, e pelo chefe do Serviço Nacional de Sanidade, Inocuidade e Qualidade de Agroalimentos do governo mexicano, Enrique Sánchez Cruz, prevê ainda a criação de um grupo de trabalho sobre assuntos sanitários envolvendo os dois países, cuja primeira reunião deve ser realizada antes de dezembro deste ano. Nos encontros bilaterais, os mexicanos apresentaram informações sobre seus sistemas eletrônicos de certificação para exportação e importação de animais, produtos e medicamentos veterinários e sugeriram cooperação nesta área. O México também propôs intercâmbio tecnológico na área de saúde animal, vegetal e inocuidade, assim como produção orgânica e desenvolvimento de operação dos laboratórios de diagnóstico para o controle de pragas. Na área laboratorial, pretende-se o reconhecimento dos serviços veterinários, de inspeção e dos sistemas de diagnóstico. Os mexicanos também manifestaram interesse em temas como citricultura, produção de biocombustíveis, controle biológico de pragas como a ?mosca da fruta?, e controle integral de pragas do algodão e da soja. Abertura de mercados - Do lado brasileiro, foram propostas ações para ampliar o número de plantas de leite e derivados habilitadas a exportar para o México. Além disso, foi discutida a abertura de mercados para exportação de carnes de aves - especialmente as separadas mecanicamente - e de carne suína proveniente de Santa Catarina (por ter sido reconhecida pela Organização Mundial de Saúde Animal como livre de aftosa sem vacinação), e da análise de riscos de pragas do arroz. Os técnicos brasileiros convidaram oficialmente os mexicanos a visitar as plantas de lacticínios no Brasil interessadas em exportar seus produtos para o México. Os dois governos ainda acordaram que será criado um subgrupo de trabalho sobre sanidade. Biodiesel ? Além disso, foi discutida a possibilidade de entendimentos para cooperação técnica na produção de biodiesel. Existe a possibilidade de intercâmbio tecnológico com a Embrapa especialmente em relação ao Yatrofa (pinhão manso), que tem mais de 25 variedades produzidas no México. ?Esse é um dos pontos principais da cooperação. O pinhão manso é a segunda opção mais promissora para a produção de biodiesel depois do dendê. No Brasil, temos apenas dez variedades da oleaginosa?, destacou Stephanes. Poluição urbana ? Também na sexta-feira (03/08), o ministro também esteve com o chefe do governo da Cidade do México, Marcelo Ebrard. Durante o encontro, discutiu-se a possibilidade de o Brasil contribuir para melhorar a qualidade do ar na cidade do México, que tem alto grau de poluição. Stephanes explicou que a obrigatoriedade da mistura e álcool na frota oficial e nos taxis em São Paulo, além da mistura de 25% do produto à gasolina, tem garantido qualidade de vida à população da capital paulista. Ebrard deve vir ao Brasil nos próximos meses para conhecer pessoalmente a iniciativa. Fonte: Mapa

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