Conhecida como a capital do zebu, a cidade mineira de Uberaba agora passa a ser um importante pólo para harmonização entre a cadeia produtiva do agronegócio e os representantes políticos de todos os pontos do país. Estiveram reunidos no Tatersal ABCZ na manhã de hoje (4/5) ­ durante a maior mostra de gado zebu do mundo, a 73ª ExpoZebu ­ inúmeras lideranças e autoridades voltadas à discussão dos problemas vividos, principalmente, pela agropecuária brasileira. A reunião foi considerada o marco para a descentralização da representatividade política. ?Trouxemos para Uberaba o Congresso Nacional. Estamos debatendo aqui o que poderíamos debater em Brasília, mas agora aproximamos os parlamentares daqueles que os elegeram. A bancada ruralista tem grande força e o produtor pode ter a certeza de que ao vir a Uberaba, durante a ExpoZebu, terá a chance de falar de perto com seus representantes?, afirmou o deputado Abelardo Lupion, que anunciou a realização do encontro anualmente dentro da feira. A partir de iniciativa dos parlamentares da bancada ruralista da Câmara dos Deputados, representados pelo deputado Abelardo Lupion, que coordenou o encontro juntamente com o deputado Marcos Montes, que presidiu a reunião, a ExpoZebu se consolidou como ponto máximo para discussões das políticas e ações que envolvem, principalmente o produtor rural. ?Buscamos a harmonização de conceitos e das necessidades da cadeia produtiva. Nesse trajeto, é importante o papel das associações como é o caso da ABCZ, trazendo para discussão as necessidades do produtor?, disse o deputado Luiz Carlos Setim, presidente da Sub-comissão da Pecuária de Corte da Câmara. Em sua fala, o deputado Ronaldo Caiado destacou a presença maciça dos parlamentares ao encontro. ?Se fosse feita a ?chamada?, teríamos quorum para começar uma reunião legislativa aqui hoje?, disse ao lembrar que essa participação é uma demonstração de grande respeito à classe rural. ?Esta é uma reunião suprapartidária. Não temos siglas aqui. Somos a bancada ruralista?, destacou. Caiado foi incisivo ao falar dos problemas relacionados às rotulagens recebidas pelos produtores. Segundo ele, a classe recebe críticas generalizadas injustamente nas questões trabalhistas ou relacionadas ao meio ambiente. O presidente da Fundagri, José Olavo Borges Mendes, destacou a força da ABCZ nas discussões políticas. ?É uma entidade muito bem representada na área política. Toda essa força repercute no campo, porque a ABCZ tem papel fundamental nas conquistas em nome do produtor?, afirmou José Olavo. O presidente da comissão permanente de Agricultura e Pecuária Marcos Montes considerou o encontro bastante produtivo. ?Não poderíamos ter um palco melhor do que a ExpoZebu para realização de um encontro como esse. Temos que unir esforços para conquistar, em nome do produtor rural, benefícios que possibilitem geração de emprego no campo e justiça social?, ressaltou, avaliando o encontro como altamente positivo, principalmente depois da afirmação do ministro Stephanes sobre a política que seu Ministério deverá adotar. ?A agropecuária tem problemas diferenciados por setores e culturas. Precisamos atingi-los de forma individual e efetivamente. Não adianta gastar R$ 500 milhões com custeio de transportes e outras melhorias. Se for preciso gastar um bilhão, façamos isso com ações concretas e que solucionem de vez o problema de cada setor?, afirmou o ministro Stephanes, que ainda revelou que todos os recursos necessários para o setor rural serão disponibilizados. O tema do encontro foi dividido em três tópicos. A política pecuária de corte (simplificação e unificação de impostos visando a facilitar a cobrança e uma alíquota menor, sobre uma base maior), abordada pelos deputados Ronaldo Caiado (DEM/GO) e Luis Carlos Setim (DEM/PR). Já o deputado Dagoberto Nogueira Filho (PDT/MS) falou sobre a sanidade animal e vegetal (integração dos programas federais e estaduais, maior fiscalização, com aumento de pessoal e convênios com entidades idôneas). O meio ambiente foi tema abordado pelo deputado Duarte Nogueira (PSDB/SP), que falou sobre a manutenção da situação atual das propriedades rurais quanto à porcentagem da Reserva Legal e Área de Preservação Permanente para que sejam implementadas ações de criação de parques regionais de preservação do Poder Público Municipal, Estadual e Federal, contemplando todo o passivo ambiental, e adoção de sistemas de compensação, por meio de adoção de tecnologias e práticas conservacionistas, como o plantio direto/integração lavoura pecuária. Na opinião do presidente da Faemg, Roberto Simões, ?o agronegócio é reconhecido hoje pelo presidente Lula como o pilar da economia nacional?. Simões ainda chamou a atenção para o trabalho feito pelo governador Aécio Neves em Minas Gerais. ?Muito comprometido com o desenvolvimento agropecuáruio de Minas. Aécio Neves, para tanto, nomeou um secretário com o nível de Gilman Vianna?, disse. O presidente da Faemg ressaltou a importância de se ter mais objetividade nas questões que envolvem o agronegócio. ?Precisamos de mais ação?, finalizou. Fizeram parte da mesa oficial o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinold Stephanes, os senadores Jonas Pinheiro e Joaquim Roriz presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal, senador Joaquim Roriz, o presidente da presidente da Comissão Permanente da Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, deputado Marcos Montes Cordeiro (que presidiu a reunião), o presidente da Abiec, e ex-ministro Marcus Vinícius Pratini de Maraes, o presidente da Fundagri, José Olavo Borges Mendes, representando o presidente da ABCZ, Orestes Prata Tibery Júnior, o secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Uberaba, o presidente da Câmara Municipal de Uberaba, Lourival dos Santos, Márcio Lopes de Freitas, presidente da organização das Cooperativas Brasileiras ? OCB, Alice Ferreira, presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), deputado Chico Uejo, representando a Assembléia Legislativa e representando a França, que participou do encontro com uma delegação a senhora Diop Rama.