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08 DE NOVEMBRO DE 2006. POR LAURA PIMENTA

Painel discute o impacto das características raciais na seleção do zebu

Seminário de Revisão de Critérios de Seleção das Raças Zebuínas, promovido pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), de 07 a 09 de novembro abriu discussão sobre a necessidade de se encontrar um ponto de equilíbrio entre a criação de animais para reprodução e a de animais voltados ao abate ou mesmo à produção leiteira. De acordo com criadores que participaram do evento, para tornar a pecuária bovina cada vez mais lucrativa é preciso refazer a fórmula de seleção. ?Antigamente trabalhávamos em ritmo regional e hoje, com a intensificação da globalização, é preciso trocar idéias para se chegar a um ponto de equilíbrio na seleção de bovinos?, observa o pecuarista Silvestre Alves de Almeida, mais conhecido como Bebe Alves. Para Bebe, que cria animais tabapuã em Sanclairlândia (GO), cidade localizada a 100 quilômetros de Goiânia, é preciso tornar encontros como esses mais freqüentes. Na palestra proferida pelo superintendente-adjunto de Melhoramento Genético da ABCZ, Carlos Henrique Cavallari Machado, na quarta-feira (08/11) a tarde, foi abordada a importância dos técnicos da entidade, que atendem criadores nas propriedades pelo Brasil, respeitarem o padrão racial que foi pré-estabelecido para as raças. ?Acho que a pecuária seletiva está em um excelente momento. O grande diferencial é a qualidade de carcaça, a produtividade, a precocidade que se conseguiu por meio do melhoramento genético. Mas o padrão racial vem em primeira instância, pois se o animal não se enquadra em um parâmetro determinado, as informações características da raça tendem a se perder, prejudicando a seleção de animais reprodutores?, explica. O médico veterinário Cláudio Gasperini, que é, também, jurado efetivo da ABCZ e leiloeiro atuante nos mais importantes eventos pelo País, é convicto ao afirmar que a pecuária brasileira possui duas vertentes: uma que é voltada à criação de gado para reprodução e pista de julgamentos e a outra, voltada à produção para corte e leite. ?O grande problema é que precisamos encontrar uma forma de viabilizar com maior eficiência a inserção da genética de qualidade nos rebanhos comerciais. Encontrar o animal intermediário seria aumentar a lucratividade, pois eles são mais funcionais e remetem a melhores níveis de produtividade?, afirma. Nesse contexto, as provas de ganho em peso são uma solução interessante segundo Gasperini. ?Animais de alto padrão são provados em condições de pasto e de confinamento. Isso ajuda muito ao criador, porque ele tem a chance de perceber quais os animais que poderão disseminar genética de qualidade no rebanho. Finalizando a tarde de palestras, o diretor Técnico da ABCZ, Nelson Pineda, falou sobre a importância da ética e ressaltou que o que foi mostrado no seminário deve ser encarado como uma reflexão. ?São subsídios para a tomada de decisões. Não se quer aqui impor uma idéia e sim nortear o criador para que ele possa compartilhar da visão técnica sobre a seleção dos bovinos?, explicou. Sempre em suas falas durante o evento Pineda frisou o quanto é importante o papel exercido pelo jurado e pelo técnico e, por isso, a responsabilidade de valorizar os padrões raciais é ainda maior. Em sua fala de encerramento do seminário, o presidente da ABCZ, Orestes Prata Tibery Júnior, falou sobre a importância do encontro e da sua aspiração de reunir jurados, técnicos e criadores em um mesmo envolvimento. ?A mostra de matrizes e reprodutores é parte desse intuito. Tanto no seminário quanto na mostra encontramos um ambiente propício para o diálogo. Temos que fundir conhecimentos entre a área técnica e o produtor para que todos possam aproveita-los de forma eficiente?, afirmou Orestinho, que sempre demonstrou apoio a aproximação dessas categorias que são fundamentais para a seleção do zebu.

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