Chefes de sanidade de três países e do Brasil discutiram, em Brasília (DF), a abertura das exportações brasileiras de material genético bovino e de animais vivos. Durante o encontro, realizado na sexta-feira (20/10), representantes dos Ministérios da Agricultura da Bolívia, do Equador, da Costa Rica, da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) definiram os procedimentos finais para abertura total ou parcial do comércio bilateral entre o Brasil e cada um desses países. No caso da Bolívia, ficou liberada a venda externa de sêmen, embriões e animais vivos. Já o Equador irá certificar cinco centrais de inseminação brasileiras e o quarentenário de uma empresa de logística para autorizar posteriormente a exportação. A comitiva, que chegou ao Brasil no dia 14 de outubro, fez visitas técnicas às empresas do setor para inspecionar o sistema de produção de material genético. Atualmente, existe apenas uma central credenciada, que exportou material genético para o Equador no ano passado. A Costa Rica deve firmar, a princípio, a liberação do comércio de embriões. A expectativa é de que até março de 2007 o país anuncie a decisão, que deve ser influenciada pelos Estados Unidos. Os países da América Central irão fazer um pedido conjunto ao governo norte-americano de liberação do comércio de material genético com o Brasil. ?Se conseguirmos mobilizar outros países da América Central no esforço de negociação poderemos abrir também para sêmen?, diz Gerson Simão, gerente de Relações Internacionais da ABCZ e do consórcio de exportação Brazilian Cattle Genetics. A vinda dos chefes de sanidade dos três países foi toda custeada pelo Projeto Comprador da APEX ? Brasil (Agência de Promoção da Exportações e Investimentos). ?No ano passado, já foram para o Equador 9.400 doses de sêmen. Esse montante deve aumentar significativamente agora com mais três centrais certificadas. Com a Bolívia será um comércio de mão dupla para sêmen, embriões e até animais vivos?, diz Simão. A iniciativa visa a solucionar os entraves existentes à expansão dos produtos brasileiros com a vinda de autoridades governamentais ao Brasil. ?O zebu Brasileiro pode contribuir para o desenvolvimento da pecuária destes países. Daí o interesse em negociar os protocolos sanitários?, enfatiza Simão. Durante a permanência no Brasil, as três comitivas visitaram a ExpoBrahman, feira realizada de 18 a 22 de outubro em Uberaba (MG), e também passaram por São Paulo, Sertãozinho (SP) e Belo Horizonte.