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26 DE SETEMBRO DE 2006. POR LARISSA VIEIRA

Produtores e cooperativas exigem maior rigor na fiscalização das fraudes nos produtos lácteos

Os produtores de leite e suas cooperativas exigem do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) maior rigor na fiscalização das fraudes nos lácteos, pela adição de soro de leite, sacarose, amido, entre outros. Com esta mistura, o leite in natura é substituído por produtos ou subprodutos mais baratos, aumentando a lucratividade da indústria fraudadora. ?A adição do soro no leite não traz riscos à saúde da população, mas representa um crime econômico, pois oferece um produto com menor valor nutricional sem esclarecer o consumidor a respeito desta alteração na sua composição?, explicou Rodrigo Sant´Anna Alvim, presidente da Comissão Nacional de Pecuária Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O tema foi discutido em reunião com 300 lideranças dos produtores e de suas cooperativas, representadas pela Organização das Cooperativas Brasileira (OCB) e Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL), na sede da entidade, em Brasília. Há quatro anos, CNA, OCB, CBCL, Leite Brasil, Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado de Minas Gerais (SILEMG) e a Associação Brasileira das Indústrias de Leite Desidratado (ABILD) assinaram um termo de cooperação técnica com o Ministério da Agricultura para a melhoria da qualidade do leite. O trabalho mostrou que, das 1.833 amostras de leite pasteurizado, UHT e em pó coletadas em 213 indústrias, 81 indústrias apresentaram resultado positivo para fraude, o que representa 37% do total. Após dois anos de vigência desta cooperação, o percentual de fraudes identificadas já teria caído para 3%. Para os representantes dos produtores e de suas cooperativas, é fundamental que o MAPA tenha estrutura para continuar fiscalizando com rigor o produto oferecido à população, mas com poderes legais para punir os fraudadores. Esta alteração na composição do produto final, ?além de prejudicar o consumidor, atinge diretamente o produtor, pois diminui a quantidade de leite in natura utilizado na fabricação de alguns produtos lácteos, como UHT, pasteurizado e leite em pó?, afirmou Rodrigo Alvim. Segundo ele, as fraudes acabarão desestimulando os mais de 80% do total de produtores que já investiram na melhoria da qualidade do leite, atendendo aos requisitos do Programa Nacional da Melhoria da Qualidade do Leite (PNQL), implantado a partir de julho do ano passado, no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País. Fonte: CNA

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