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06 DE SETEMBRO DE 2006. POR LAURA PIMENTA

Egito quer Brasil como parceiro para melhorar pecuária nacional

A qualidade genética dos zebuínos brasileiros, criados a pasto e altamente adaptáveis a temperaturas altas, vem despertando cada vez mais a atenção dos egípcios, que atualmente ocupam a terceira posição no ranking dos países importadores de carne bovina brasileira. Além da carne, os egípcios também demonstram interesse pelos bovinos criados em nosso país. Em visita recente ao Brasil, durante a ExpoZebu 2006, representantes da Universidade de Alexandria, entre eles o professor Dr. Hamid Samaha, reitor da faculdade de medicina veterinária da Universidade, o Dr. Fekry Mohamed Hussein, professor de ginecologia, obstetrícia e inseminação artificial da Faculdade e Dr. Rabie Saber Eid, ex-vice secretário de quarentena do Ministério da Agricultura, juntamente com o representante da embaixada brasileira no Egito Sr. Abdel Hamid conheceram o trabalho desenvolvido pelos criadores brasileiros de zebu e demonstraram entusiasmo com a possibilidades de melhoramento da pecuária egípcia através da utilização das raças zebuínas. Dando continuidade a este contato estabelecido na ExpoZebu deste ano, os representantes da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu) e do consórcio de exportação Brazilian Cattle Genetics, estiveram no Egito entre os dias 03 a 05 de setembro. Na oportunidade participaram de reuniões e discutiram uma parceria entre os dois países para viabilização da implantação da tecnologia brasileira de criação e produção de zebuínos. No Egito, o gerente e o supervisor de Relações Internacionais da ABCZ, Gerson Simão e Jorge Dias visitaram as dependências do campus da Universidade de Alexandria. No dia 03 de setembro foi realizada uma palestra no salão nobre da Universidade, onde foram discutidas com o corpo docente as estratégias para viabilização de um programa de melhoramento genético da raça Baladi, utilizada no país para produção de carne e leite. No mesmo dia, um encontro com o Reitor Hassan Nadir Kheirallah retificou o interesse no intercâmbio técnico-profissional com a ABCZ, a FAZU (Faculdades Associadas de Uberaba) e as empresas integrantes do consórcio. ?Será uma oportunidade excelente para incrementarmos a produtividade da raça, bem como para a capacitação de nossos profissionais?, afirmou Kheirallah. No dia 04 de setembro, Simão e Dias visitaram a fazenda Delta Misr, grande produtora de leite no vale do Delta do Nilo, região onde esta concentrada grande parte da produção leiteira no país. ?A fazenda conta com 5000 animais, produzindo em média 28 litros de leite por vaca/dia. Entretanto, os animais da raça holandesa apresentam um custo muito alto de produção por razões óbvias: as temperaturas no deserto egípcio atingem até 40 graus e a artificialização do ambiente acaba tornando a atividade difícil?, explica o gerente de Relações Internacionais da ABCZ. Entusiasmados com o potencial das raças zebuínas, os egípcios acreditam que o gado criado no Brasil poderá ajudar a viabilizar a produção de leite do país. ?A genética zebuína brasileira pode contribuir para melhorar esta situação. Falta conhecermos melhor as raças e iniciar um projeto piloto por aqui?, revelou o Dr. Al Gohari, presidente da fazenda Delta Misr. O protocolo sanitário entre os dois países foi acordado e o Brasil já pode exportar sêmen e embriões. ?Será muito importante, pois teremos possibilidade de exportar não apenas genética, mas também todos os produtos disponibilizados pelas empresas ligadas ao consórcio, desde equipamentos a produtos veterinários. O Egito é carente de tecnologia e a utilização de raças taurinas no país já atingiu um patamar em que ou muda-se o sistema de produção ou se iniciará um processo de estagnação da pecuária local?, revela Simão.

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