ABCZ e Apex-Brasil assinam convênio para promover o zebu no exterior
APEX-Brasil e ABCZ investem R$ 4,1 milhões para promover exportações de material genético e outros produtos do gado zebu
A APEX-Brasil (Agência de Promoção de Exportações e Investimentos) e a ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebu) assinam amanhã (25/07) um convênio que prevê investimentos de R$ 4,1 milhões em ações de divulgação e promoção de produtos e serviços relacionados às raças zebuínas, como sêmen e embriões, animais vivos, produtos veterinários, suplementação animal, sementes para pastagens, equipamentos agrícolas (implementos, currais, cochos e outros) e serviços de melhoramento genético. O objetivo é levar todo o pacote tecnológico da produção de zebu a pasto para os principais mercados mundiais. O evento acontece no Salão Internacional do Parque Fernando Costa a partir das 10h. Estarão presentes na assinatura do convênio o presidente da ABCZ, Orestes Prata Tibery Júnior, o diretor da APEX, Cláudio Borges, e o gestor de projetos da Apex, Marcos Soares. A meta do projeto é que as empresas participantes exportem US$ 27,7 milhões por ano até o final de 2008. Isso será possível, principalmente, com a ampliação das ações que passam a contemplar outros produtos relacionados ao zebu, atendendo a uma demanda dos importadores. O Brasil já é o maior exportador mundial de carne bovina desde 2004 e, cada vez mais, vem sendo reconhecido como um país com excelência no desenvolvimento genético das raças zebuínas. As empresas do setor, apoiadas pela ABCZ, trabalham com melhoramento das raças há cerca de 70 anos e o país oferece hoje uma grande diversidade e qualidade de produtos relacionados à atividade de pecuária bovina. Desde 2003 a APEX-Brasil e a ABCZ atuam para aumentar a exportação de material genético por meio do projeto Brazilian Cattle Genetics. Na época, o Brasil exportou 53,8 mil doses de sêmen para países como: Angola, Colômbia, Paraguai e Uruguai. Já no ano passado as exportações saltaram para 123.405 doses de sêmen, alta de quase 129%. Parte desse crescimento é reflexo dos avanços nas negociações dos protocolos sanitários com outros países. Junto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Brazilian Cattle Genetics já negociou a revisão de mais de 20 acordos sanitários. ?Cada país faz um tipo de exigência técnica diferente e que, muitas vezes, inviabiliza o negócio economicamente. Mas temos conseguido avançar nessa área. Hoje, o Brasil já pode exportar para vários países?, diz o presidente da ABCZ, Orestes Prata Tibery Júnior. As duas entidades já investiram, em conjunto, R$ 5,195 milhões em atividades de promoção comercial. As empresas participaram de 21 feiras internacionais em 11 países e o projeto trouxe compradores e jornalistas estrangeiros para acompanhar os principais eventos do setor. Os resultados têm sido muito positivos. As exportações das empresas integrantes do projeto passaram de US$ 14,7 milhões em 2004 para US$ 20,19 milhões em 2005. ?O Brazilian Cattle Genetics tem conquistado um ótimo espaço no exterior e, com a ampliação do escopo do projeto, passa a oferecer um pacote completo de ações naquilo que o Brasil tem de melhor: a excelência em criação a pasto. Assim, será possível aprimorar ainda mais o posicionamento brasileiro no mercado?, diz Juan Quirós, presidente da APEX-Brasil. Um dos fatores que favorecem a exportação do setor é o zebu ser um animal totalmente adaptado às regiões tropicais, com custo de produção competitivo tanto para leite como para carne, uma vez que é criado no pasto e não em confinamento, como ocorre em vários outros países. A criação no pasto resulta em um animal mais saudável e sem risco de contaminação pela EEB (Mal da Vaca Louca). As ações previstas no projeto buscarão consolidar mercados já existentes da América do Sul (especialmente, Colômbia, Bolívia, Paraguai, Equador e Venezuela) e da África (Angola, Costa do Marfim, Moçambique e Senegal), e conquistar novos mercados. Neste último caso, destacam-se Estados Unidos, África do Sul e Austrália e diversos países da América Central como Costa Rica, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá, que estão em processo de estabelecimento de protocolo sanitário. Índia e Malásia serão objeto de um estudo de prospecção de mercado. A Índia, terra originária do zebu, já manifestou interesse pelo trabalho de melhoramento genético desenvolvido no Brasil para o gado leiteiro. Entre as atividades que serão realizadas no âmbito do projeto estão a elaboração de material promocional (vídeo institucional, site, catálogo de raças e de produtos), a participação em feiras internacionais em vários países e a realização de projetos compradores (vinda de importadores ao Brasil) e projetos imagem (vinda de jornalistas) durante a Expozebu, que ocorre em maio de 2007 em Uberaba e a Expobrahman, que acontece em outubro de 2006 na mesma cidade, além de workshops na Índia e Malásia.