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29 DE JUNHO DE 2006. POR LARISSA VIEIRA

Distribuição desigual de recursos entre Ministérios é questionada por produtores

Um dia depois do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Roberto Rodrigues pedir demissão do cargo, o chefe de Gabinete do Mapa Maçao Tadano teve de explicar a centenas de produtores de leite como o governo federal pretende enfrentar problemas, como oscilações de câmbio e falta de recursos para o setor. Representando o ministro, Tadano foi um dos debatedores do Fórum de Debates ?Leite o Caminho do Sucesso?, realizado hoje (29/06), em Uberaba (MG), dentro da exposição pecuária Megaleite 2006. ?A maior parcela dos recursos são destinados ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e ao Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar]. Enquanto isso, o Mapa fica sem verba para aplicar em programas voltados para o agronegócio?, reclamou o pecuarista e diretor da Láctea Brasil, Roberto Junk. Em resposta ao produtor, o chefe de Gabinete afirmou que é preciso reavaliar a atuação dos ministérios voltados para o setor para evitar a divisão desigual dos recursos destinados à agropecuária em geral. Uma tarefa que deve ficar para o próximo governo. Questionado pelo jornalista José Hamilton Ribeiro, mediador do Fórum, qual teria sido o verdadeiro motivo da saída de Rodrigues, Tadano limitou-se a repetir o que o ministro havia dito ontem. ?Se existe uma outra razão, somente Roberto Rodrigues poderá falar futuramente?, disse o representante do Mapa. O Fórum de Debates, organizado pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, teve ainda como debatedor o presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da CNA, Rodrigo Alvim, e o vice-presidente da Itambé Jaques Gontijo. ?O Brasil deve se tornar o terceiro produtor mundial de leite nos próximos três anos. Crescemos 50% nos últimos 10 anos, mas é um setor extremamente complexo que precisa investir no sistema de cooperativas para conseguir aumentar a produção e conquistar novos mercados?, destacou Gontijo, que atua em uma das únicas cooperativas criadas na década de 40 e que funciona até hoje. Para Alvim, o crescimento do setor leiteiro passa pela profissionalização do criador. O mercado de leite informal no Brasil ainda é grande, chegando a mais de 30% do leite produzido. Um estudo que acaba de ser lançado em Minas Gerais aponta que no estado menos de 10% dos produtores entrevistados trabalha com metas e 20% fazem controle leiteiro nas vacas. ?Se não sabemos para onde vamos, não tem como dar certo?, questiona o vice-presidente da Itambé. Os três debatedores do Fórum tiveram de responder às perguntas feitas pela platéia, composta por pecuaristas de várias cidades brasileiras, e por lideranças do setor: Paulo Martins (Embrapa Gado de Leite), Renê Machado (DPA Nestlé ? Fonterra), Lino Rodrigues (Asbia), Roberto Junk (produtor), Marcelo Pereira de Carvalho (Milkpoint) André Mesquista (Serlac), Fernando Brasileiro (Associação de Girolando). O evento contou com o apoio da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu). Durante o evento, o jornalista José Hamilton Ribeiro foi homenageado com o título de sócio honorário da Girolando.

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