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31 DE MAIO DE 2006. POR RENATA THOMAZINI

Agricultura começará a sair da crise econômica em 2007, afirma ministro

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, disse acreditar que em 2007 a agricultura brasileira começará a sair da crise econômica. Em entrevista coletiva concedida hoje (30) às emissoras de rádio da Radiobrás (rádios Nacional AM de Brasília, Nacional da Amazônia, Nacional do Rio de Janeiro), o ministro classificou a crise como a maior enfrentada pelo setor nos últimos 40 anos. "Hoje estamos no fundo do poço, mergulhados num pântano de dívidas, de renda quebrada e de dificuldades muito grandes. Mas, se construirmos esse projeto coletivo e articulado de medidas, teremos sem dúvida uma agricultura cada vez mais estabilizada e mais competitiva". Para Rodrigues, há espaço para otimismo em função de fatores como mudanças na área cambial e programas estruturantes que estão sendo desenvolvidos. "Temos o compromisso do governo de que algumas mudanças na área cambial virão e, portanto, esse fator essencial, responsável pela crise que é o câmbio, terá uma modificação positiva à agricultura". No que se refere às ações estruturantes, ele citou as propostas de reformulação do seguro rural e de extensão do chamado regime de drawback para todos os produtos do agronegócio. Por esse modelo, há a isenção de impostos na importação de matérias-primas desde que o produto final seja exportado. Atualmente, essa isenção vale apenas para frutas, algodão, camarão, carne de frango e carne suína, mas, segundo Rodrigues, o ministério vai enviar uma mensagem à Câmara de Comércio Exterior (Camex) pedindo a extensão do regime aos demais produtos. "Se somar tudo isso, câmbio, preço melhor e um seguro rural mais consistente, eu acredito que a partir do ano que vem a gente comece a sair da crise de forma bastante articulada e consistente", afirmou o ministro. As medidas estruturantes fazem parte do pacote para agricultura anunciado pelo governo federal na última quinta-feira (25). Entre as principais ações emergenciais está o refinanciamento das dívidas rurais referentes ao custeio da safra 2005-2006. De acordo com o plano, parte do crédito será prorrogada automaticamente pelo prazo de quatro anos, em parcelas anuais ? a primeira vence um ano após a data de renegociação. O montante que será prorrogado vai variar de 20% a 80% do total, dependendo da região do país e do produto. O governo também anunciou aumento nos recursos para o Plano Agrícola e Pecuário para a safra 2006-2007: serão destinados R$ 50 bilhões à agricultura comercial (mais 13% que na safra anterior) e R$ 10 bilhões à agricultura familiar (aumento de cerca de 10% em relação aos recursos liberados na safra passada). "Estou convencido de que vamos ter melhoria nas condições de renda de maneira que o conjunto de medidas até agora anunciado seja suficiente para resolver essas questões de renda", afirmou Rodrigues. O ministro destacou que a renegociação vai beneficiar grande parte dos produtores brasileiros, mas disse reconhecer que nem todos poderão ser atendidos pelas medidas anunciadas. (Radiobrás) Fonte: Mapa

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