Bastam US$ 10 milhões/ano para derrotar a febre aftosa até 2011
Avaliação é do Giefa, que propõe ação conjunta na América do Sul
Não é preciso muito. Bastam US$ 10 milhões/ano, investidos em projetos direcionados aos ?pontos quentes?? da febre aftosa na América do Sul, para erradicar de vez a doença do Continente no prazo de cinco anos. O diagnóstico é de Sebastião Guedes, presidente do Grupo Interamericano para Erradicação da Febre Aftosa (Giefa), parceria entre órgãos públicos e a iniciativa privada, criado em Houston (EUA) há dois anos e que já conta com a participação de 11 países da América do Sul. Os pontos críticos da febre aftosa no Continente, segundo os técnicos, estão localizados na região do Chaco (áreas da Argentina, Bolívia e Paraguai), nas fronteiras do Brasil com o norte da Bolívia e o Nordeste do Paraguai, na Venezuela e no Equador. Guedes apresentou as estratégias do Giefa durante o Seminário Interamericano de Saúde Pública e Veterinária, encerrado hoje (dia 28 de abril) no Centro de Eventos da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), em Uberaba (MG). Os recursos o Giefa deverão vir de um fundo financiado pelos exportadores de carne (US$ 5 por tonelada de carne exportada). ?Os frigoríficos estão avaliando a nossa proposta e devem responder até o final da próxima semana?, informou Guedes. Segundo ele, a Argentina, a Bolívia e o Paraguai também já estão avaliando a formação deste fundo. O dinheiro, cerca de US$ 10 milhões/ano, será gasto em ações práticas nas áreas críticas visando: 1- Formar um bom cadastro das fazendas localizadas nos ?ninhos´´ do vírus, 2- Apoiar a cobertura vacinal do rebanho, 3- Fiscalizar a vacinação, 4- Realizar levantamentos sorológicos. Segundo Guedes, hoje o governo e a iniciativa privada gastam juntos quase US$ 500 milhões/ano no combate à doença. ?Com muito menos do que isso, podemos acabar de vez com esta doença medieval, que a cada novo foco causa sérios prejuízos aos países da América do Sul??, disse o presidente do Giefa. O coordenador do Giefa lembrou que os países da América do Sul têm hoje um rebanho de 320 milhões de cabeças a pasto, um regime saudável de criação. ?Temos um grande potencial como exportadores de carne produzida de forma natural, ao gosto dos consumidores de todo o mundo?, disse Guedes. Erradicar a febre aftosa, segundo ele, é uma tarefa de toda a cadeia produtiva da carne bovina, incluindo os pecuaristas e os frigoríficos. ?Quem tem boi e vaca não é o governo?, disse. Ao final do seminário, foi divulgada uma carta de intenções do Giefa, que recomenda parcerias estruturadas entre os governos e as organizações do setor produtivo para executar ações de mútuo benefício para a saúde humana e animal com respeito as zoonoses. Participaram do 1º Seminário Interamericano de Saúde Pública Veterinária os seguintes países: Argentina, Uruguai, Paraguai, Equador, Chile, Bolívia, Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana. Os Estados Unidos também mandaram representantes. O próximo Seminário Interamericano de Saúde Pública e Veterinária já tem data marcada. ?Será nos dias 27 e 28 de abril de 2007, quando vamos avaliar os trabalhos desenvolvidos pelos Giefa?, anunciou Orestes Prata Tibery Júnior, presidente da ABCZ. Fonte: Bruno Blecher