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28 DE ABRIL DE 2006. POR RENATA THOMAZINI

Brasil faz o dever de casa contra vaca louca

Durante o 1º Seminário Interamericano de Saúde Animal o coordenador geral de Combate às Doenças, do departamento de Saúde Animal do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Guilherme Henrique Figueiredo Marques, disse que o Brasil está se cercando de todas as medidas possíveis para evitar e controlar casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina, popularmente conhecida como a ?doença da vca louca?. O Seminário reúne até hoje (28/04) onze países engajados em encontrar meios de realizar ações que possam interagir para a controle e erradicação de várias doenças animais. Especialistas, representantes governamentais e produtores discutem caminhos a serem traçados para o envolvimento entre governos e setor privado na busca dessas soluções que podem fazer a diferença na abertura de novos mercados para os produtos americanos. De acordo com Guilherme Marques, as medidas de investigação e prevenção que são tomadas pelo Mapa deixam o Brasil em um patamar privilegiado, apesar de não ser impossível o aparecimento de qualquer doença. ?O importante é sabermos detectar qualquer foco de BSE, gripe aviária e termos mecanismos bem desenvolvidos para o controle dessas doenças. A forma de produção brasileira não possibilita a proliferação de doenças como a conhecida como vaca louca porque desde 1996 é proibido ração com farinha de osso na dieta dos bovinos brasileiros. Mas não podemos descartar riscos contaminação por outros meios, como no caso das propriedades que lidam com outras culturas e não atentam para um manejo adequado e diferenciado de bovinos, aves e suínos, por exemplo?, explicou. Para Guilherme, o Brasil pode ser exemplo nesse caso, porque fiscaliza rigorosamente as graxarias (fábricas de ração) e tem feito um trabalho importante desde 1990, quando aconteceram as restrições para importação de ruminantes e produtos de países de risco. ?Além de rastrearmos desde 2001 os bovinos importados, formulamos o treinamento de 2800 veterinários da ispeção federal e mais de seis mil da área privada?, afirmou. Entre 2001 e 2004 foram feitas mais de nove mil e duzentas amostras para análise de BSE no país. Albino Belotto, da Unidade de Saúde Pública Veterinária da Organização Pan-americana de Saúde Animal (OPAS), enfatizou que doenças como a febre aftosa causam grandes prejuízos e são entraves que precisam ser vencidos para a expansão do mercado internacional. ?O Brasil tem que assumir que é um grande produtor de alimentos. Neste século temos que ficar atentos, entre outras coisas, ao controle da qualidade, treinamento de profissionais e capacitação dos países para produção de medicamentos. Precisamos pensar coletivamente e não individualmente quando se trata de doenças contagiosas?, resumiu. O Seminário Interamericano de Saúde Animal é uma realização da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Grupo Interamericano para Erradicação da Febre Aftosa (GIEFA), Panftosa/OPAS, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Associação das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) e Federação Internacional dos Criadores de Zebu (Ficebu) e termina deste dia 28 de abri, ás 13 horas, com coletiva para imprensa após a redação de documento sobre as resoluções acerca dos debates.

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