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24 DE ABRIL DE 2006. POR LARISSA VIEIRA

De olho no mercado concorrente, ABCZ divulga raças zebuínas na Austrália

Enquanto os governos do Brasil e Austrália não finalizam as negociações para abertura do comércio bilateral de animais vivos e de material genético bovino, produtores rurais e empresas do setor pecuário já estão estudando o mercado australiano de olho em futuros negócios. A partir de hoje (24/04) o consórcio de exportação Brazilian Cattle Genetics (BCG) começa uma série de ações na Austrália para conhecer o sistema local de produção de carne e para divulgar as raças zebuínas brasileira. Formado por 20 empresas privadas de vários segmentos da pecuária e por associações de criadores, o primeiro compromisso do BCG foi no MLA (Meat and Livestock Austrália), na cidade de Sidney. O gerente do BCG Gerson Simão foi recebido pelo gerente geral do MLA, Allan Bloxsom. Criado em 1998, O MLA é responsável pelo marketing, pesquisa e desenvolvimento de atividades promocionais das carnes bovina, caprina e ovina nos principais mercados consumidores do mundo. ?A entidade conta com 165 mil produtores cadastrados e tem um orçamento de 120 milhões de dólares anuais para as suas diversas atividades. Ela investe desde o desenvolvimento de novos equipamentos para a indústria até a promoção da carne australiana nos mercados alvo?, explica Simão, que também é assessor de Relações Internacionais da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), entidade fundadora do BCG. Apesar do Brasil ser o maior exportador de carne bovina em volume, a Austrália é o primeiro exportador em faturamento. Segundo Simão, eles exportam carne para os mercados que pagam mais caro, como Coréia, Japão e Estados Unidos. ?Enquanto ainda discutimos rastreabilidade bovina e erradicação da febre aftosa no Brasil, aqui toda a cadeia produtiva já está integrada. Desde o sal mineral até os produtos veterinários, tudo está integrado em uma imensa rede de informações coordenada pelo MLA. O objetivo deles é bem simples: garantir a qualidade e a biossegurança do que é produzido lá, já que além dos principais países compradores a Austrália também fornece carne para cadeias de fast food, como Mc Donalds e Burger King?, alerta o assessor de Relações Internacionais da ABCZ. A Austrália exporta 90% do que produz. O gerente geral do MLA, Allan Bloxsom, explicou durante o encontro que de cada animal abatido é descontado um percentual, revertido posteriormente para um fundo controlado pelo MLA e auditado por empresas independentes. Questionado sobre como se deu o processo de união entre indústria frigorífica e produtores (no Brasil a relação tem sido marcada por divergências), Bloxsom disse que a relação era tensa entre os dois segmentos há alguns anos. Segundo ele, a situação só mudou depois de ficar claro que só o trabalho conjunto poderia garantir a competitividade do setor a longo prazo. Marketing- Já entre os dias 26 e 29 de abril, Simão participa do 2006 World Meat Congress, em Brisbane. Entre os assuntos tratados no congresso estão: a importância de padrões internacionais no comércio dos produtos de origem animal, a visão do consumidor, seu estilo de vida e como estarão os hábitos de compra em 2020, além de considerações ambientais e sobre as políticas de comércio de alimentos do mundo. Ainda na Austrália, a ABCZ estará presente, através do consórcio Brazilian Cattle Genetics, entre os dias 1º e 07 de maio, na Beef Australia 2006, em Rockhampton. A feira acontece de três em três anos e reunirá representantes da cadeia produtiva da carne de todo o mundo. O estande do Brazilian Cattle e da ABCZ ficará a disposição dos visitantes no ponto de encontro da genética, o Durack Pavilion.

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