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09 DE MARÇO DE 2006. POR ASSESSORIA DE IMPRENSA ABCZ

Invasões de Terras pelo MST abalam democracia brasileira, diz pesquisa do IBOPE

Brasília (09.03.06) ? A imagem do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está desgastada junto à população e sua atuação não contribui para o processo democrático nacional. Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística (Ibope) com 2.002 pessoas, em todo o País, revela que 76% consideram que as invasões de terras promovidas pelo MST abalam a democracia brasileira. Na avaliação do vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodolfo Tavares, ?esse percentual significa que tem quase 80% de sensatos neste Brasil. A sociedade entende, de forma muito clara, que se você resolve que as opiniões divergentes das suas estão erradas e devem ser removidas à força, certamente você não é um democrata?, afirmou. O levantamento, entre os dias os dias 16 e 20 de fevereiro, realizado nas cinco regiões do País, foi encomendado ao Ibope pela CNA. O instituto perguntou aos entrevistados se as ações do MST trazem mais resultados positivos ou negativos para a reforma agrária. Na opinião de 56% dos entrevistados, as ações do movimento trazem mais resultados negativos do que positivos para o processo, 32% consideram que os resultados são mais positivos do que negativos e 13% não sabem ou não opinaram. Um resultado que, na opinião do presidente da CNA, mostra que está em andamento a desmistificação da tese de reforma agrária do Governo. ?Seguramente, mais de 50% das pessoas percebem que a coisa está atrapalhando mais do que ajudando. Acredito que é inexorável que, a cada ano, esses números se tornem mais nítidos?, observa. Para 53% dos entrevistados, a polícia deve ser utilizada pelo Governo para retirar integrantes do MST quando ocupam propriedades rurais. São contra 41% dos consultados e 6% não opinaram. Ao se analisar os resultados, regionalmente, a região Norte/Centro-Oeste (aglutinadas na pesquisa) se destaca, com 60% afirmando a necessidade de uso da força policial. Na avaliação da CNA, a utilização da polícia deveria ser a última instância. ?O setor é contra a violência, os morticínios e a utilização de instrumental de repressão acima da fragilidade do eventual invasor?, diz Rodolfo Tavares. Ao serem perguntados qual é o maior responsável pelos conflitos que atualmente ocorrem no campo, 42% apontaram a autoridade governamental, divididos em 31% pela ação do Governo Federal e 11% apontaram o Ministério do Desenvolvimento e Reforma Agrária (MDA). O MST tem culpa para 16% e os fazendeiros foram responsabilizados em 15% das respostas. Esse quadro mostra que a população tem uma avaliação crítica em relação à atuação da administração federal na questão agrária. Questionados sobre postura do Poder Executivo, 39% dos entrevistados disseram que o Governo Federal é conivente com as invasões das propriedades rurais. Na opinião de Tavares, a questão agrária é ?como um defunto que não se enterrou. É uma idéia que pereceu no mundo. Justiça social, sim. Igualdade de oportunidades, sim. Tomar de quem tem para dar para quem não tem, não?, afirma. As respostas à pesquisa do Ibope, diz o vice-presidente da CNA, indicam que, à medida que a população começa a tomar consciência de que só existe uma maneira de ?enterrar esse defunto, que é atuar de acordo com a lei, o Governo começa a aparecer como o bandido da história?. Segundo o dirigente, o Governo usava a tese para desfrutar prestígio. Era uma demagogia, um populismo. Agora, deixa de ser?. Outro dado que reforça esse cenário é que, para 67% dos entrevistados, o Governo Federal não tem controle da situação em relação às invasões. Apenas 21% disseram que sim. Em relação ao destino das famílias assentadas pelas ações de reforma agrária do Governo, 57% das pessoas ouvidas disseram que os assentados acabam vendendo ou alugando as terras para terceiros, 26% permanecem nas terras e 9% abandonam a propriedade. Sobre a manutenção dessas famílias, 40% acreditam que a sustentação é com recurso da produção dos próprios assentados. No entanto, 42% creditam essa manutenção a terceiros, sendo que 36% disseram que fica por conta de recursos do Governo Federal e 6% acreditam que a sobrevivência é com dinheiro de organismos internacionais. As respostas desse levantamento, na avaliação do Rodolfo Tavares, sinalizam que, a cada dia, está ficando mais claro, para todos, que certas idéias, como a reforma agrária, estão sendo desmistificadas. ?A população, aos poucos, começa a entender de assuntos que são, por si mesmo, áridos, difíceis, mas acaba compreendendo?, disse. Fonte: CNA

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