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03 DE FEVEREIRO DE 2006. POR RENATA THOMAZINI

MAPA implanta gestão estratégica para acompanhar evolução do agronegócio

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) quer se tornar um exemplo de eficiência gerencial no setor público, e se preparar para atender as novas demandas do agronegócio a partir das mudanças pelas quais o setor passará nos próximos 10 anos, considerando, entre outras variáveis, o crescimento populacional, as tendências econômicas, ambientais e tecnológicas no Brasil e no mundo. Para isso, o ministro Roberto Rodrigues criou a Assessoria de Gestão Estratégica, responsável por captar informações sobre o cenário do agronegócio mundial e brasileiro e definir quais serão os instrumentos públicos mais eficientes para adequar a estrutura gerencial e administrativa do Mapa às necessidades futuras. O Ministério da Agricultura é o primeiro da Esplanada a implantar a gestão estratégica. ?Assim como qualquer empresa privada, o setor público pode ser altamente eficiente a partir de uma estrutura gerencial eficaz e da excelência administrativa?, disse em entrevista coletiva à imprensa Elisio Contini, assessor de Gestão Estratégica do Mapa. A idéia é apoiar a competitividade do agronegócio brasileiro com instrumentos capazes de gerir todo o processo. ?Não é um trabalho fácil, pois implica numa mudança cultural profunda no servidor público?, comentou o coordenador-geral de Articulação Institucional, Paulo Fresmeda. Segundo o coordenador, a intenção é de que os instrumentos de gestão estejam em pleno funcionamento e totalmente introduzidos na estrutura do ministério até o ano 2015, integrados com outros mecanismos de planejamento do governo federal, como o Plano Plurianual. ?São instrumentos que poderão ser reformulados e adequados a qualquer momento, de forma a dar agilidade à máquina?. Para responder à evolução do agronegócio, disse o coordenador, o ministério estabelecerá prioridades estratégicas. Para o ano de 2006, por exemplo, foram destacados dez itens: controle sanitário, biotecnologia, agroenergia, certificação, negociações internacionais, interlocução com a sociedade por meio das câmaras setoriais, política agrícola, desenvolvimento sustentável, cooperativismo e excelência administrativa. Projeções -­ No longo prazo, o horizonte com o qual a Assessoria de Gestão Estratégica trabalha leva em conta, por exemplo, que entre 2014/15, os três maiores produtores de soja em grão do mundo serão Argentina, Brasil e Estados Unidos, que serão responsáveis por 75% da produção mundial. A produção global de açúcar atingirá 172,5 milhões de toneladas em 2015. O Brasil será um país-chave na determinação do futuro dos preços mundiais do açúcar, permanecendo líder em produtividade e em exportação (56% do total). As projeções do etanol (álcool anidro e álcool hidratado) projetada para 2015 no Brasil é de 36,8 bilhões de litros, para um consumo interno estimado em 28,4 bilhões e as exportações em 8,5 bilhões de litros. A Secretaria de Produção e Agroenergia do Mapa projeta para 2010, vendas de 1 milhão de veículos bicombustível (flex fuel) quase o dobro a mais que os automóveis a gasolina, cujas vendas projetadas no período são de 467 mil unidades. Essa expansão do setor automobilístico e o uso crescente de veículos flex é atualmente o principal fator responsável pelo crescimento de etanol no Brasil. O planejamento estratégico também considera que a produção agrícola mundial deverá, progressivamente, fundamentar-se em práticas conservacionistas, com o desenvolvimento de tecnologias que preservem os recursos naturais (água, florestas e fertilidade da terra). O crescimento econômico, o protecionismo dos países desenvolvidos, a falta de investimentos em infra-estrutura e atrasos na tecnologia e na defesa agropecuária são alguns pontos que ainda geram incertezas nas projeções apresentadas para o Brasil. Estas projeções são baseadas em estudos prospectivos de organismos internacionais como a ONU (Organização das Nações Unidas) e a FAO (Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação), órgãos públicos e entidades privadas do Brasil, Estados Unidos e União Européia, instituições de pesquisa, entre outros. Fonte: Mapa

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