Em reunião ocorrida no dia 26 de setembro, durante a Expoinel 2005, entre as diretorias da ABCZ e da ACNB, foi apresentada sugestão para modificação da Tabela de Pesos Máximos para as raças nelore e nelore mocha. Depois de análise da área técnica da ABCZ, a reivindicação foi aprovada. As demais associações de raças zebuínas foram consultadas quanto à concordância sobre as modificações para os critérios de peso de cada raça. Depois de obter consenso, a tabela, válida para os animais que participam das exposições credenciadas em todo o Brasil, foi adequada já para o ano calendário de 2005/2006. ?Precisamos praticar a seleção com equilíbrio, valorizando a harmonia de carcaça com acabamento precoce e respeitando a caracterização racial?, informa o presidente da ABCZ, Orestes Prata Tibery Júnior.
O limite de peso passa a vigorar agora tendo como referência 1,5 desvio padrão acima da média, superior ao valor de 1,0 desvio padrão, utilizado em 2005. A tabela ainda terá mais 2% de tolerância sobre o peso do animal. A abrangência da Tabela de Pesos Máximos continua a observar as categorias de animais até os 36 meses de idade, com exceção para a raça brahman, que vai continuar com a tabela aprovada pela diretoria da ABCZ no que diz respeito ao limite de idade, que vai até 22 meses. O ganho em peso diário (ponderal) continuará não constando da ficha de julgamento.
De acordo com o presidente da Associação de Criadores de Guzerá do Brasil, Renato Esteves, as alterações são muito bem vindas. ?Tivemos reclamações durante a ExpoZebu, como já era esperado. Mas vemos com bons olhos a implantação da tabela. A modificação que a ABCZ faz agora demonstra a preocupação com a adequação dos limites para que não estejam fora da realidade. Ao mesmo tempo, atende aos objetivos da seleção, pois continua limitando animais com excesso de peso, que não mostram o equilíbrio que se busca para o rebanho brasileiro?, explica.
Para Luiz Humberto Carrião, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Gir (Assogir), a ABCZ foi feliz em criar a tabela de pesos para as exposições e a alteração prevista agora vem adequá-la à realidade. ?Isso sem que a tabela perca seu sentido, que é o de sinalizar para a busca de animais eficientes e harmoniosos?, afirma. Churchill Cavalcanti César, presidente da Associação dos Criadores de Tabapuã, concorda com as alterações. ?Como envolvem todas as raças, as alterações são benéficas, sem dúvida?, defende.
O superintendente Técnico da ABCZ, Luiz Antonio Josahkian define a modificação como necessária. ?Criamos uma tabela que é sinalizadora para que a seleção busque animais equilibrados. Por outro lado, essa adequação faz parte do processo de ajuste da tabela porque ela não pode ser imutável, deve refletir a realidade e, principalmente, comportar o critério de seleção para peso que, sem dúvida, é fundamental em raças de corte?, afirma. Josahkian conclui dizendo que ?engana-se quem pensa que a tabela coloca em segundo plano o peso dos animais. Isso seria um erro primário na seleção de raças que se pretendem produtoras de carne?. De acordo com o superintendente Técnico da ABCZ, a tabela só direciona os critérios de seleção para o ponto de equilíbrio entre todas as características que são pretendidas em um bom animal produtor de carne. ?Peso é uma entre tantas outras?, conclui.
O diretor da ABCZ e presidente da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil, Gabriel Prata Rezende, enfoca o atendimento à reivindicação do produtor. ?O aumento da tolerância do peso para participação nas feiras demonstra que a ABCZ está acertando o passo para que a tabela funcione de forma ajustada e eficiente?, afirma. Gabriel afirma que durante a Expobrahman, que acontecerá de 18 a 23 de outubro em Uberaba (MG), a nova tabela aprovada pela diretoria da ABCZ estará em vigor. Ou seja, com 1,5 desvio padrão até 22 meses (como já havia sido comunicado aos participantes da Expobrahman há alguns meses) e daí em diante peso liberado.
?Uma decisão acertada, que dará melhor condição para a participação dos animais nas exposições?, resume Djenal Queiroz Neto, vice-presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Indubrasil. ?Temos que avaliar constantemente a evolução técnica dos julgamentos para que tenhamos em pista animais que retratem o melhor da genética da raça e os parâmetros a serem seguidos?, considera Alice Ferreira, presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil.
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