Encontro entre o presidente nacional do Partido Verde, José Luís Pena, e o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Orestes Prata Tibery Júnior, demonstrou que as duas lideranças têm idéias semelhantes sobre o desenvolvimento do País. A comitiva do PV esteve hoje (5/7) pela manhã na sede da entidade e demonstrou que ambos concordam que é preciso fomentar o crescimento do agronegócio, aliado ao desenvolvimento responsável. ?O produtor brasileiro precisa de apoio para trabalhar. O agronegócio brasileiro mostrou ao mundo seu potencial e o produtor sabe que precisa produzir em harmonia com o meio ambiente. O que precisamos é de políticas que possibilitem um trabalho sério e cada vez mais responsável. Muitos mecanismos precisam ser revistos para que nossos produtos continuem competitivos e o produtor não seja tão penalizado?, afirmou Orestinho ao falar sobre a necessidade de se estimular o diálogo entre a cadeia produtiva e governo federal. José Pena estava acompanhado pelo deputado Jovino Cândido e pelo pecuarista Ângelus Cruz Figueira. Todos assistiram a apresentações de membros da ABCZ sobre o comprometimento dos pecuaristas em produzir com eficiência e preservando o meio ambiente. ?O próprio mercado conduz o Brasil a isso. O mundo quer produtos que tenham garantia de qualidade, sanidade e responsabilidades social e ambiental?, explicou o diretor da entidade Nélson Pineda. Harmonia Em uma breve apresentação, Pineda disse aos visitantes que a ABCZ tem uma grande preocupação com o meio ambiente e estimula a concepção de que o gado bovino brasileiro, especificamente o zebu, vive em perfeita harmonia com a natureza. ?São animais que se alimentam de capim e produzem, portanto, uma carne mais saudável e magra. Ideal para o mundo que se apresenta nos dias de hoje. A população do planeta está ficando mais velha e mais gorda, o que faz com que procure meios mais saudáveis de alimentação. O zebu produz essa carne saudável?, disse ao demonstrar a tendência da pecuária em proporcionar aos animais conforto e tratamento humanizado. Com essa atitude, além do manejo racional dos animais, os animais convivem em meio à vegetação nativa. O diretor ainda falou sobre o potencial do Brasil no agronegócio e afirmou que é preciso dar ao produtor condições para desempenhar o seu papel. Pineda explicou que o País carece de política adequada à realidade do mercado. ?Estamos vendo cortes nas verbas sanitárias e, apesar de ostentarmos o primeiro lugar em vários setores do agronegócio internacional, estamos vivendo uma grave crise econômica?, sentenciou ao lembrar que o Brasil precisa firmar uma imagem de credibilidade no mercado externo e ter maior seriedade com as questões sanitárias. Mas, para isso, salientou que o País precisa antes rever as políticas tributárias e a relação do governo com os protocolos de comercialização. Segundo Pineda, a burocracia tem emperrado o avanço dos produtos brasileiros no mercado internacional. Vários membros da diretoria da ABCZ também assistiram às apresentações, que incluíram um apanhado de como o Brasil pode avançar no mercado internacional de material genético, apresentado pelo gerente do consórcio de exportações Brazilian Cattle Genetics, Gerson Simão, e os benefícios da integração lavoura/pecuária, abordado pelo representante da ONG Amigos da Terra, João Ângelo Guide Júnior. Para o presidente do PV, José Pena, é importante que as políticas de desenvolvimento sustentável estejam interadas ao antigo modelo praticado no País. ?Não queremos implantar modelos preservacionistas intransigentes. Acreditamos no manejo aliado à ciência. Temos bons exemplos da vontade dos pecuaristas e de centros de pesquisa, como a Embrapa, que se desdobram para desenvolver projetos que contemplem a produtividade e a preservação ambiental?, disse.