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15 DE ABRIL DE 2005. POR LARISSA VIEIRA

Produtor do NE que não vacinar rebanho terá dificuldade para obter financiamento

Os estados do Nordeste vão adotar ações conjuntas para erradicar a febre aftosa, incluindo políticas restritivas de acesso ao crédito rural para produtores que não vacinarem seu rebanho. A decisão foi acertada durante reunião do fórum dos secretários de Agricultura da região em Fortaleza. O secretário de Agricultura do Estado do Ceará, Carlos Matos, informou que o Banco do Nordeste já está adotando uma política mais rigorosa para concessão dos financiamentos. Segundo Matos, a restrição ao crédito, que atualmente atinge o comércio de animais no que se refere à vacinação, vai se estender também para outras negociações. "Um criador poderá ter dificuldades em obter financiamento para adquirir um trator se não comprovar que vacinou o gado", explicou. Os secretários de Agricultura do Nordeste também decidiram submeter ao Ministério da Agricultura proposta de um calendário comum de vacinação contra aftosa, além de solicitar auditoria do órgão para mudança de status sanitário dos estados. Foi aprovada ainda a criação do cadastro único dos produtores visando o controle do trânsito interestadual de animais. Alguns estados também podem deixar de comprar leite destinado aos programas sociais de produtores que não vacinam o rebanho. "Aqui no Ceará, os municípios que não atingem o patamar de cobertura vacinal de no mínimo 60% não participam das aquisições de leite do governo estadual", ressaltou Carlos Matos. O estado está em plena campanha de vacinação, que termina dia 30 de abril. Os estados do Nordeste possuem um rebanho de 45 milhões de cabeças, incluindo Bahia e Sergipe, únicos da região que são considerados livres de febre aftosa com vacinação. O secretário de Agricultura do Ceará afirmou que a região Nordeste está seguindo a diretriz da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) de não subsidiar a vacinação. "Esta é uma forma de aferirmos o grau de comprometimento do produtor". Matos acrescentou que os secretários firmaram o compromisso de manter essa aliança estratégica para consolidar um novo cenário de defesa sanitária no Nordeste. Ele alertou para a importância de não haver interrupção nos trabalhos e nem contingenciamento de recursos federais. Neste sentindo, o fórum dos secretários enviou carta ao ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, solicitando tratamento diferenciado para os recursos destinados à defesa sanitária. A preocupação dos secretários refere-se ao corte de R$ 130 milhões na verba da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, que repassa dinheiro para as secretarias de Agricultura implementarem programas de defesa.

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